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    Protesto em SP contra a presidente Dilma acaba de maneira pacífica

    DE SÃO PAULO

    01/11/2014 19h14

    O protesto a favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), promovido neste sábado (1º) na capital paulista, terminou de maneira pacífica, sem ocorrências policiais.

    A vias que foram interditadas para a passagem dos manifestantes, cerca de 2.500, segundo a Polícia Militar, foram liberadas no final da tarde.

    O ato foi convocado por meio das redes sociais e teve início na avenida Paulista, em frente ao MASP (Museu de Arte de São Paulo). A caminhada seguiu pela avenida Brigadeiro Luíz Antônio até o Monumento às Bandeiras, próximo ao parque Ibirapuera.

    "Boa tarde, reaças", cumprimentou ao microfone o empresário Paulo Martins, que foi candidato a deputado federal pelo PSC neste ano no Paraná. "É inegável que o PT constrói uma ditadura no país", acrescentou, sob fortes aplausos do grupo, que depois seguiu em caminhada.

    Com uma bandeira do Brasil sobre os ombros, o cantor Lobão defendeu a recontagem dos votos das eleições presidenciais e negou que o movimento tenha como propósito dar um novo golpe militar no país. "Não tem ninguém aqui golpista", disse ao microfone.

    Christian Tragni/Folhapress
    O músico Lobão participa de ato contra a presidente de Dilma em SP
    O músico Lobão participa de protesto contra a presidente Dilma na avenida Paulista, em SP

    A caminhada foi marcada também por provocações entre simpatizantes da esquerda e da direita. Alguns moradores de prédios da região estenderam nas janelas camisetas vermelhas e bandeiras de Dilma.

    "Vai para Cuba", gritaram os manifestantes em resposta. Eles fecharam uma das faixas da avenida, onde vendedores ambulantes ofereciam camisetas dizendo "impeachment já".

    Além de pedirem o impeachment da petista, parte dos manifestantes defendeu um novo golpe militar no país

    "É necessária a volta do militarismo. O que vocês chamam de democracia é esse governo que está aí?", criticou o investigador de polícia Sérgio Salgi, 46, que carregava cartaz com o pedido "SOS Forças Armadas"

    Os manifestantes diziam que o resultado das eleições deste ano de ser a "maior fraude da história" e o PT de ser "o câncer do Brasil". "Pé na bunda dela [presidente], o Brasil não é a Venezuela", gritaram.

    Sob aplausos, o deputado federal eleito Eduardo Bolsonaro (PSC-SP), filho do deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ), foi apresentado ao microfone como "alguém de uma família que vem lutando muito pelo Brasil".

    Em discurso, o parlamentar disse que, se seu pai fosse candidato a presidente, ele teria "fuzilado" a presidente. Segundo ele, Jair Bolsonaro será candidato em 2018 "mesmo que tenha de mudar de partido".

    No microfone, o perito Ricardo Molina também acusou ter havido fraude no resultado das eleições presidenciais deste ano. "As urnas são fraudáveis, qualquer um que não seja analfabeto sabe disso", criticou.

    Ao final da caminhada, já próximo ao Monumento às Bandeiras, houve uma ameaça de racha entre favoráveis e contrários à intervenção militar

    Alguns manifestantes que participaram da concentração na avenida Paulista subiram em um segundo carro de som, que aguardava próximo ao parque Ibirapuera, e iniciaram uma discussão com o primeiro veículo, que participou de toda a caminhada.

    "Ninguém é a favor de golpe", respondeu Lobão, no primeiro carro.

    CONTRA ALCKMIN

    Na mesma tarde, cerca de 300 pessoas se reuniram em manifestação contra a crise de água no Estado, em Pinheiros, zona oeste de São Paulo. A estimativa é da Polícia Militar -segundo os manifestantes, havia cerca de 500 pessoas.

    A concentração do ato "Alckmin, cadê a água?" começou por volta das 15h no largo da Batata e terminou às 17h20 na rua Sumidouro, em frente a uma unidade da Sabesp.

    Carregando bandeiras e cartazes contra a gestão tucana da crise hídrica, o grupo marchou pela avenida Faria Lima e por ruas de Pinheiros.

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