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    Marina declara arrecadação de R$ 62 mi e nenhuma dívida de campanha

    MARINA DIAS
    GABRIELA TERENZI
    DE SÃO PAULO

    04/11/2014 21h21

    Terceira colocada na disputa à Presidência da República, Marina Silva (PSB) arrecadou R$ 62 milhões durante a campanha e terminou a corrida pelo Palácio do Planalto sem dívidas eleitorais.

    De acordo com os números divulgados nesta terça-feira (4) pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral), a campanha do PSB arrecadou e gastou exatamente o mesmo valor –R$ 62.066.728,32.

    Os recursos representam a prestação final das contas da campanha pessebista, ou seja, levam em consideração também o período em que o ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos, morto em agosto, era o candidato da coligação.

    O detalhamento das receitas e despesas de Marina, no entanto, não explica o pagamento do jato que caiu em Santos matando Campos e mais seis pessoas. A aeronave não aparecia na primeira prestação de contas da campanha do ex-governador de Pernambuco e seu uso é alvo de investigação da Polícia Federal e do Ministério Público Eleitoral.

    No fim de agosto, o PSB divulgou uma nota na qual dizia que o partido iria contabilizar e declarar à Justiça Eleitoral o empréstimo da aeronave somente na prestação final de contas da campanha, o que não aconteceu.

    O prazo termina nesta terça, mas o partido ainda pode apresentar uma retificação com novos dados.

    Responsável pelas contas de Marina Silva, Bazileu Margarido afirmou à Folha que os dados referentes ao jatinho não deveriam aparecer nas planilhas de gastos e despesas de Marina, mas que "os advogados e responsáveis pela prestação de contas de Eduardo Campos ainda não conseguiram levantar junto à Anac o tempo de voo com o avião".

    Segundo o PSB, os empresários João Carlos Lyra Pessoa de Mello Filho e Apolo Santana Vieira, amigos pessoais do ex-governador de Pernambuco, emprestaram a aeronave para uso durante toda a campanha.

    A arrecadação da presidenciável é modesta perto da registrada pela presidente Dilma Rousseff (PT), que venceu a eleição. Até o final de agosto, a petista já havia declarado um total de R$ 123,8 milhões em doações. O prazo para a apresentação das contas de quem participou do segundo turno é 25 de novembro.

    DOAÇÕES

    A principal doadora da campanha do PSB foi a JBS, dona do frigorífico Friboi, com mais de R$ 5 milhões. A potência empresarial que despontou no governo Lula como a maior indústria de carnes do mundo tornou-se, em 2014, a maior financiadora de campanhas políticas do país.

    Cosan, Gerdau e Votorantim também aparecem na lista de doadores para a campanha pessebista.

    DESPESAS

    Sem especificações na prestação final de contas, as principais despesas da campanha foram com publicidade e deslocamento. Com a morte de Campos, o que alçou Marina à condição de cabeça de chapa, a ex-senadora passou por um período de desgaste e muito cansaço, o que a deixou afônica por semanas.

    Aliados a aconselharam a diminuir o ritmo da agenda, mas Marina se recusou. No lugar, pediu a contratação de uma fonoaudióloga. Com o tratamento, gastou R$ 21,3 mil, quase o mesmo valor gasto pela campanha com advogados –R$ 22,9 mil.

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