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    Solidariedade declara apoio a Eduardo Cunha para a Presidência da Câmara

    RANIER BRAGON
    DE BRASÍLIA

    11/11/2014 15h21

    A bancada do oposicionista Solidariedade (SD) declarou na tarde desta terça-feira (11) apoio à candidatura do peemedebista Eduardo Cunha (RJ) à presidência da Câmara dos Deputados.

    Cunha deverá ter a adesão de cinco partidos ao seu nome: PMDB, PTB, PR, PSC e SD.

    Apresar de liderar na Câmara o maior partido aliado ao PT na coalizão de Dilma Rousseff, Cunha não é bem visto pelo Planalto pela razão, entre outras, de ter liderado rebeliões contra o governo no ano passado.

    A eleição para a Presidência da Câmara será realizada no início de fevereiro. O PT deverá lançar candidato para concorrer com Cunha. Os grandes partidos de oposição também estudam lançar um nome.

    A declaração de apoio do Solidariedade foi dada após almoço na sede do partido, no Lago Sul, região nobre de Brasília.

    O partido tem hoje 22 deputados federais. Para a próxima legislatura, 15 foram eleitos.

    Entre os presentes estava o deputado Luiz Argôlo (SD-BA), que teve seu pedido de cassação aprovado pelo Conselho de Ética da Câmara sob a acusação de receber dinheiro e favores do doleiro Alberto Youssef.

    A acusação contra o deputado tem como base a operação Lava-Jato, da Polícia Federal, que aponta um esquema de corrupção na Petrobras. Youssef, um dos integrantes do esquema, fez acordo de delação premiada com a Justiça.

    Segundo participantes do almoço, Argôlo não falou e saiu antes do término da reunião.

    Editoria de Arte/Folhapress

    CENTRO

    O líder da bancada do Solidariedade, Fernando Francischini (PR), afirmou que o apoio a Eduardo Cunha visa evitar que o PT se torne hegemônico no poder federal. "Ele é a única oportunidade que temos para derrotar o PT."

    Pressionado pelo vice-presidente da República, Michel Temer, um dos caciques do PMDB, Cunha voltou a dizer que sua candidatura não é de oposição, mas sim uma candidatura para "colocar o Parlamento em primeiro lugar, sem submissão ao governo nem transformando-o em palanque oposicionista".

    Mas fez ameaças veladas caso tenha seu nome boicotado. "O que não pode é o governo se intrometer na discussão de candidaturas, pois ele terá que assumir sequelas caso faça isso. Queiram ou não, o PMDB é aliado do governo e eu sou o líder da bancada do PMDB."

    Mais cedo ele se encontrou com Temer e com os ministros Aloizio Mercadante (Casa Civil) e Ricardo Berzoini (Relações Institucionais). Ele negou que a sucessão na Câmara tenha sido abordada na reunião.

    PR

    O apoio do PR a Cunha pode não vingar como o esperado. O partido pode rachar, motivado pela expectativa da reforma ministerial da presidente Dilma Rousseff para o seu segundo mandato. Parte dos deputados avalia que o entendimento com Cunha enfraquece o partido para a definição de espaço na Esplanada dos Ministérios.

    Os deputados da legenda se reúnem na noite desta terça-feira (11) num jantar para discutir uma posição para a sucessão no comando da Câmara.

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