Uma reportagem sobre assassinatos por motivos políticos foi a principal vencedora do Prêmio Esso de Jornalismo deste ano.
O trabalho "Sangue político", do jornalista Leonencio Nossa, publicado no jornal "O Estado de S. Paulo", revelou que 1.133 pessoas foram assassinadas por motivos políticos no Brasil desde a promulgação da Lei da Anistia, em 1979. A reportagem levou 17 meses e visitas a 35 municípios para ser concluída.
"Trata-se de trabalho jornalístico próprio, que não teve origem em investigações ou levantamentos do Ministério Público, das polícias e de outros órgãos do Poder Público", informou a comissão de premiação.
Outros 13 trabalhos foram premiados.
A série de reportagens "Farra de aditivos na refinaria Abreu e Lima", publicada no jornal "O Globo", ganhou o Prêmio Esso de Reportagem. O trabalho mostrou como o empreendimento se tornou um dos mais onerosos aos cofres públicos.
Outra série, "O avanço da maconha", levou o Prêmio Esso de Telejornalismo. O trabalho, veiculado na Rede Bandeirantes, abordou os diversos usos da erva. Usuários, traficantes, políticos, especialistas da área de saúde e pacientes ouvidos no Brasil, no Uruguai e nos Estados Unidos falaram sobre o uso compassivo e terapêutico da substância.
O Prêmio Esso de Fotografia foi dado ao repórter-fotográfico Domingos Peixoto, também do "Estado". A imagem mostra o momento em que o cinegrafista Santiago Andrade, da TV Bandeirantes, foi atingido por um foguete disparado durante manifestação violenta ocorrida no Rio.
Ainda foram concedidas distinções especiais à Revista "piauí" (Melhor Contribuição à Imprensa) e à equipe da Rede Bandeirantes que fez o trabalho "Vila Socó –a verdade apagada" (Melhor Contribuição ao Telejornalismo).
A entrega dos prêmios será no dia 2 de dezembro de 2014, em jantar no Rio de Janeiro.
FOLHA
A reportagem multimídia "A Batalha de Belo Monte", publicada pela Folha em dezembro de 2013, foi finalista nas categorias "informação científica, tecnológica ou ambiental" e "regional sudeste".
O trabalho "Dirceu acompanha julgamento do mensalão", da repórter-fotográfica da Folha Marlene Bergamo, foi finalista na categoria "fotografia" –a imagem mostra o ex-ministro do governo Lula assistindo ao julgamento do mensalão.
Outro trabalho do jornal, finalista na categoria "criação gráfica", é o "Guia do secador". A série de páginas gráficas durante a Copa, feita pelos profissionais Robson Mathias Duarte, Clayton Bueno e Irapuan Campos, mostrava fatos curiosos e palavras no idioma dos adversários do Brasil durante o Mundial.