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    Lava Jato

    Ministro manda Polícia Federal investigar delegados que criticaram PT

    VALDO CRUZ
    DE BRASÍLIA

    13/11/2014 17h38

    O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, determinou que a Polícia Federal abra uma sindicância para investigar delegados que teriam atacado o PT e elogiado Aécio Neves (PSDB).

    Reportagem do jornal "O Estado de S. Paulo" desta quinta-feira (13) revelou que delegados federais envolvidos na Operação Lava Jato usaram as redes sociais durante a campanha eleitoral neste ano para elogiar o candidato tucano Aécio e atacar o ex-presidente Lula e Dilma Rousseff, que disputava a reeleição.

    As manifestações foram feitas em perfis fechados do Facebook, segundo a reportagem. Em uma delas, Lula foi chamado de "anta". A reportagem aponta que eles compartilharam propaganda eleitoral de Aécio e notícias sobre o depoimento do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa.

    A Lava Jato investiga um esquema de corrupção e pagamento de propina envolvendo a Petrobras, empreiteiras e partidos políticos, entre eles o PT.

    Cardozo afirmou que pediu para o diretor-geral da PF, Leandro Daiello, a abertura de uma sindicância para apurar o que ocorreu.

    Segundo ele, apesar de a liberdade de expressão ser uma garantia Constitucional, funcionário público tem que agir com imparcialidade e não é "admissível a partidarização das investigações".

    APOIO

    Em nota emitida nesta quinta, os procuradores da República no Paraná integrantes da força tarefa que atua na Lava Jato manifestaram apoio aos delegados.

    Eles afirmam que "em nosso país, expressar opinião privada, mesmo que em forma de gracejos, sobre assuntos políticos é constitucionalmente permitida, em nada afetando o conteúdo e a lisura dos procedimentos processuais em andamento".

    Segundo o texto dos membros do Ministério Público, "a exploração pública desses comentários carece de qualquer sentido, pois o objetivo de todos os envolvidos nessa operação é apenas o interesse público da persecução penal e o interesse em ver reparado o dano causado ao patrimônio nacional, independentemente de qualquer coloração político-partidária".

    Colaborou GABRIEL MASCARENHAS, de Brasília

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