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    Lava Jato

    Polícia Federal realiza buscas em sedes de empreiteiras; executivos são presos

    DE SÃO PAULO
    DO RIO
    DO ENVIADO A CURITIBA
    DE BRASÍLIA

    14/11/2014 07h55

    Em nova fase da Operação Lava Jato, que investiga esquema de lavagem e desvios de dinheiro, a Polícia Federal realizou nesta sexta-feira (14) buscas em grandes empreiteiras e cumpriu 85 mandados de prisão ou de busca e apreensão contra executivos e outros investigados.

    A operação realizou mandados de busca e apreensão e prisões de executivos e empresários nas sedes das empresas Camargo Corrêa, OAS, Odebrechet, UTC, Queiroz Galvão, Engevix, Mendes Júnior, Galvão Engenharia e Iesa. As empresas envolvidas têm contratos de R$ 59 bilhões com a Petrobras.

    Essas empresas têm contratos que somam R$ 59 bilhões com a Petrobras, considerando o período de 2003 a 2014. Segundo as investigações, parte desses contratos se destinava a "esquentar" o dinheiro que irrigava o caixa de políticos e campanhas no país.

    O ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque foi preso no Rio.

    Foram emitidos mandados de prisões preventivas e temporárias contra 27 pessoas, dos quais 18 já foram cumpridos; e 9 de condução coercitiva -quando a pessoa é levada para prestar depoimento obrigatoriamente-, dos quais 6 já foram feitos.

    Foram bloqueados R$ 720 milhões dos executivos investigados, até o limite de R$ 20 milhões por pessoa. Não houve bloqueio das contas das empresas, para não prejudicar a saúde financeira delas.

    Nenhum político foi preso na operação. Ao todo, 300 policiais participam da ação, que acontece em São Paulo, Paraná, Rio, Pernambuco, Minas e no Distrito Federal.

    Em São Paulo, estão sendo cumpridos 29 mandados de busca, 17 de prisão e mais 9 de condução coercitiva –quando a pessoa é levada para prestar depoimento obrigatoriamente.

    Outros 11 mandados de busca e 6 de prisão são cumpridos no Rio. No Paraná, são 2 de busca e 1 de prisão. No DF, mais 1 de busca e 1 de prisão. Em Minas e Pernambuco, são cumpridos 2 mandados de busca em cada Estado.

    Segundo a PF, os envolvidos responderão, na medida de suas participações, pelos crimes de organização criminosa, formação de cartel, corrupção, fraude à Lei de Licitações e lavagem de dinheiro.

    PRISÕES

    As prisões atingiram a cúpula das empreiteiras.

    Entre outros, foram presos o presidente da da OAS, José Aldemário Pinheiro Filho, e o diretor-superintendente para a área de petróleo e gás da empreiteira, Agenor Medeiros. A PF prendeu também o presidente da UTC/Constran, Ricardo Pessoa e o vice da Engevix, Gerson Almada.

    O empresário Newton Prado Júnior, diretor técnico da empresa Engevix, foi preso no aeroporto do Recife quando embarcava para São Paulo.

    A polícia tenta localizar o lobista Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano. Ele é apontado como o ponto de ligação entre o PMDB e o esquema de corrupção na Petrobras. Seu nome entrou nesta sexta na lista de procurados da Interpol e do sistema nacional de procurados e impedidos.

    Para realizar buscas, ao menos 12 pessoas, entre policiais e membros da Receita Federal, chegaram, por volta das 6h20, no edifício da Camargo Corrêa, na avenida Faria Lima, em São Paulo. Cinco carros entraram pela garagem e três agentes da PF permanecem na porta do prédio, controlando a entrada.

    Adriano Vizoni/Folhapress
    Agentes da Polícia Federal e da Receita chegam ao escritório da construtora Camargo Corrêa, em São Paulo
    Agentes da Polícia Federal e da Receita chegam ao escritório da construtora Camargo Corrêa, em SP

    Colaboraram MARIO CESAR CARVALHO, LUCAS FERRAZ, FLÁVIO FERREIRA, NATUZA NERY, SAMANTHA LIMA, GABRIEL MASCARENHAS, RUBENS VALENTE e ALEXANDRE ARAGÃO

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