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    Lava Jato

    Veja quais foram as empreiteiras alvos de busca e as prisões feitas pela PF

    DE SÃO PAULO

    14/11/2014 10h18

    Entre os executivos que tiveram a prisão preventiva ou temporária pedida pela Polícia Federal, durante a sétima fase da Operação Lava Jato, estão quatro presidentes de companhias: da OAS, da Camargo Corrêa Construções e da UTC.

    Essas empresas –nove ao todo, pertencentes a sete grupos– têm contratos que somam R$ 59 bilhões com a Petrobras, considerando o período de 2003 a 2014. Segundo as investigações, parte desses contratos se destinava a "esquentar" o dinheiro que irrigava o caixa de políticos e campanhas no país.

    A PF cumpriu mandados de busca e apreensão nas sedes das seguintes companhias: Camargo e Corrêa, OAS, Odebrechet, UTC, Queiroz Galvão, Engevix, Mendes Júnior, Galvão Engenharia e Iesa. Elas têm contratos que somam R$ 59 bilhões com a Petrobras, considerando o período de 2003 a 2014. Segundo as investigações, parte desses contratos se destinava a "esquentar" o dinheiro que irrigava o caixa de políticos e campanhas no país.

    Integrantes do governo, segundo a Folha apurou, consideram que a operação atinge o "coração dos financiadores de campanha".

    Foram bloqueados R$ 720 milhões dos executivos investigados, até o limite de R$ 20 milhões por pessoa. Não houve bloqueio das contas das empresas, para não prejudicar a saúde financeira delas.

    Os pedidos de prisão –temporária, de cinco dias, ou preventiva– também envolvem diretores, atingindo a cúpula das companhias.

    Ao todo, foram emitidos mandados de prisões preventivas e temporárias contra 27 pessoas, dos quais 18 já haviam sido cumpridos na manhã de hoje; e 9 de condução coercitiva -quando a pessoa é levada para prestar depoimento obrigatoriamente-, dos quais 6 já foram feitos.

    Confira, abaixo, os pedidos feitos por empresa.

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    OAS

    • José Aldemário Pinheiro Filho, presidente (prisão temporária e busca e apreensão)
    • Mateus Coutinho de Sã Oliveira (prisão temporária e busca e apreensão)
    • Alexandre Portela Barbosa, advogado (prisão temporária e busca e apreensão)
    • Fernando Augusto Stremel Andrade (busca e apreensão)
    • Pedro Morollo Junior (busca e apreensão)
    • Busca e apreensão na sede da empresa

    CONSTRUTORA OAS

    • José Ricardo Nogueira Breghirolli (prisão preventiva e busca e apreensão)
    • Agenor Franklin Magalhaes Medeiros, diretor-presidente da área internacional (prisão preventiva e busca e apreensão)
    • Marice Correa de Lima (busca e apreensão)

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    CAMARGO CORRÊA

    • Eduardo Hermelino Leite, vice-presidente (prisão preventiva e busca e apreensão)
    • Ildefonso Colares Filho (busca e apreensão)
    • Edmundo Trujillo (busca e apreensão)
    • Busca e apreensão na sede da empresa

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    CONSTRUTORA CAMARGO CORRÊA

    • João Ricardo Auler, presidente do conselho de administração (prisão temporária e busca e apreensão)
    • Dalton dos Santos Avancini, presidente (prisão temporária e busca e apreensão)

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    UTC

    • Ricardo Ribeiro Pessoa, presidente (prisão temporária e busca e apreensão)
    • Ednaldo Alves da Silva (prisão temporária e busca e apreensão)
    • Walmir Pinheiro Santana (prisão temporária e busca e apreensão)
    • Carlos Alberto da Costa e Silva (busca e apreensão)
    • Busca e apreensão na sede da empresa

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    ENGEVIX

    • Carlos Eduardo Strauch Alberto, diretor técnico (prisão temporária e busca e apreensão)
    • Newton Prado Junior, diretor técnico (prisão temporária e busca e apreensão)
    • Gerson de Mello Almada (prisão preventiva e busca e apreensão)
    • Cristiano Kok (busca e apreensão)
    • Luiz Roberto Pereira (busca e apreensão)
    • Busca e apreensão na sede da empresa

    IESA

    • Valdir Lima Carreiro, presidente (prisão temporária e busca e apreensão)
    • Otto Garrido Sparenberg, diretor de operações (prisão temporária e busca e apreensão)
    • Busca e apreensão na sede da empresa

    IESA ÓLEO E GÁS

    • Busca e apreensão na sede da empresa

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    CONSTRUTORA QUEIROZ GALVÃO

    • Ildefonso Colares Filho, presidente (prisão temporária e busca e apreensão)
    • Othon Zanoide de Moraes Filho, diretor-geral de desenvolvimento comercial da Vital Engenharia (prisão temporária e busca e apreensão)
    • Busca e apreensão na sede da empresa

    GALVÃO ENGENHARIA

    • Erton Medeiros Fonseca, presidente da divisão de engenharia industrial (prisão preventiva e busca e apreensão)
    • Busca e apreensão na sede da empresa

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    MENDES JUNIOR

    • Sergio Cunha Mendes, vice-presidente (prisão preventiva e busca e apreensão)
    • Ângelo Alves Mendes (busca e apreensão)
    • Rogério Cunha de Oliveira (busca e apreensão)
    • Flávio Sá Motta Pinheiro (busca e apreensão)
    • Busca e apreensão na sede da empresa

    ODEBRECHT

    • Marcio Faria da Silva (busca e apreensão)
    • Rogério Santos de Araujo (busca e apreensão)
    • Busca e apreensão na sede da empresa

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    Outros nomes estão envolvidos na operação, mas não estão identificados com alguma empresa. É o caso de Renato Duque, ex-diretor da Petrobras apontado por procuradores e policiais como o principal operador do PT nos desvios da empresa e que foi preso hoje.

    MANDADOS DE PRISÃO TEMPORÁRIA

    RENATO DUQUE, ex-diretor de Serviços da Petrobras

    Preso no Rio na manhã desta sexta (14), é apontado por procuradores e policiais como o principal operador do PT nos desvios da Petrobras. Segundo o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, a diretoria de Duque repassava 3% dos contratos que assinava para o PT. A diretoria de serviços cuidava dos projetos de engenharia e das licitações de obras que foram superfaturadas, segundo o Tribunal de Contas da União, como a refinaria Abreu e Lima e o Comperj (Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro).

    Indicado ao cargo pelo então ministro Chefe da Casa Civil, José Dirceu, ele ocupou a diretoria de serviços da Petrobras entre 2003 e 2012. Ele foi demitido com Paulo Roberto Costa pela presidente Dilma Rousseff.

    O nome de Duque como integrante do grupo que comandava os desvios foi citado por dois delatores, pelo menos: Paulo Roberto Costa e pelo executivo Julio Camargo, da Toyo Setal.

    Segundo nota distribuída pela assessoria do ex-diretor, "os advogados desconhecem qualquer acusação" contra ele e "vão adotar as medidas cabíveis para restabelecer a legalidade".

    Márcia Foletto/Agência O Globo
    Renato Duque chega à sede da PF no Rio
    Renato Duque chega à sede da PF no Rio

    Da construtora OAS, JOSÉ ALDEMÁRIO PINHEIRO FILHO, presidente, MATEUS COUTINHO DE SÁ OLIVEIRA, vice-presidente do conselho de administração, ALEXANDRE PORTELA BARBOSA, advogado, e AGENOR MEDEIROS, diretor-superintendente para a área de petróleo e gás

    DALTON DOS SANTOS AVANCINI, diretor-presidente da Camargo Corrêa

    Da Engevix Engenharia, GERSON ALMADA, vice-presidente, CARLOS EDUARDO STRAUCH ALBERO e NEWTON PRADO JUNIOR, diretores técnicos

    Da UTC/Constran, RICARDO PESSOA, presidente, WALMIR PINHEIRO SANTANA e EDNALDO ALVES DA SILVA

    JOÃO RICARDO AULER, presidente do conselho de administração da Camargo Corrêa, e EDUARDO LEITE, vice-presidente

    OTTO GARRIDO SPARENBERG, diretor de operações da Iesa Óleo e Gás, e VALDIR LIMA CARREIRO, diretor-presidente da Iesa Óleo e Gás

    ILDEFONSO COLARES FILHO, diretor-presidente da Queiroz Galvão, e OTHON ZANOIDE DE MORAES FILHO, diretor-geral de desenvolvimento comercial da Vital Engenharia, empresa do grupo Queiroz Galvão

    FERNANDO SOARES, lobista

    Fernando Baiano, como é conhecido no mundo político, é apontado pela PF como o ponto de ligação entre o PMDB e o esquema de corrupção na Petrobras. A PF não conseguiu localizá-lo e, por isso, seu nome entrou na lista de procurados da Interpol e do sistema nacional de procurados e impedidos. "O que posso dizer é que Fernando mora no Rio de Janeiro. Não está fora do país, como disseram algumas notícias absurdas. Estou em contato direto com ele", disse seu advogado.

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    MANDADOS DE PRISÃO PREVENTIVA

    SÉRGIO CUNHA MENDES, diretor-vice-presidente da Mendes Junior

    Sua residência foi alvo de busca nesta sexta, mas ele não foi encontrado.

    Segundo documentos que compõem a Operação Lava Jato, algumas das principais ligações entre a Mendes Júnior e o doleiro Alberto Youssef são pagamentos e um contrato de prestação de serviços assinado pelo Consórcio Mendes Júnior-MPE-SOG e a empresa GFD Investimentos, controlada pelo doleiro.

    Segundo o contrato, datado de 2011 e apreendido no primeiro trimestre deste ano pela PF, a empreiteira se comprometeu a pagar R$ 2,7 milhões para a GFD a título de "consultoria em Gestão Empresarial" em serviços relativos à Replan (Refinaria de Paulínia), no interior de São Paulo.

    Durante a Lava Jato, os investigadores localizaram quatro depósitos mensais, no valor de R$ 281,5 mil cada um, totalizando R$ 1,12 milhão de julho a outubro de 2011, das contas da Mendes Júnior Trading e Engenharia para a da GFD.

    A suspeita dos investigadores é que se trata de um contrato fictício, formalizado apenas para justificar repasses de propinas a servidores públicos. Assim, no entender da PF, Youssef se apossou desses recursos e os repassou adiante.

    EDUARDO HERMELINO LEITE, diretor-vice-presidente da Camargo Corrêa

    AGENOR FRANKLIN MAGALHÃES MEDEIROS, diretor-presidente da área internacional da OAS, e JOSÉ RICARDO NOGUEIRA BREGHIROLLI, funcionário da OAS

    ERTON MEDEIROS FONSECA, diretor-presidente de engenharia industrial da Galvão Engenharia

    GERSON DE MELLO ALMADA, vice-presidente da Engevix

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    BUSCA E APREENSÃO

    CAMARGO CORRÊA, sede em São Paulo (SP)

    Ao menos doze pessoas, entre policiais e membros da Receita Federal, chegaram, por volta das 6h20, no edifício da Camargo Corrêa, na avenida Faria Lima, em São Paulo. Cinco carros entraram pela garagem e três agentes da PF permanecem na porta do prédio, controlando a entrada.

    Adriano Vizoni/Folhapress
    Agentes da Polícia Federal e da Receita chegam ao escritório da construtora Camargo Corrêa
    Agentes da Polícia Federal e da Receita chegam ao escritório da construtora Camargo Corrêa

    Um laudo da Polícia Federal apontou que um consórcio liderado pela Camargo Corrêa repassou R$ 37,7 milhões a empresas fantasmas do doleiro Alberto Youssef usando como intermediária as empresas Sanko Sider e Sanko Serviços.

    O consórcio, chamado CNCC, pagou R$ 38,75 milhões à Sanko por serviços em que há "fortes indícios" de que não foram prestados. A maior parte desse valor (R$ 37,73 milhões) foi repassada à MO Consultoria e GFD Investimentos, duas empresas controladas pelo doleiro. As transferências foram feitas entre outubro de 2010 e dezembro de 2013.

    OAS, sede em Consolação (SP)

    A OAS é acusada de ter usado sua subsidiária na África para enviar US$ 4,8 milhões para uma conta do doleiro Alberto Youssef, preso desde março. Em consórcio com a Odebrecht, a OAS ganhou o terceiro maior contrato das obras de Abreu e Lima, de R$ 1,48 bilhão, em valores de 2010.

    ODEBRECHT, sede no Rio de Janeiro (RJ)

    O ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa apontou a Odebrecht como a empreiteira responsável pelo pagamento de US$ 23 milhões, o equivalente a R$ 57 milhões, que ele recebeu na Suíça entre 2010 e 2011. Em consórcio com a OAS, a Odebrecht ganhou o terceiro maior contrato das obras de Abreu e Lima, de R$ 1,48 bilhão, em valores de 2010.

    UTC/CONSTRAN, sede em São Paulo (SP)

    A PF realiza buscas na casa do presidente da UTC/Constran, Ricardo Pessoa. A empresa é investigada por ter pago propina para fazer obras da Petrobras no Rio e em Pernambuco. Pessoa também é sócio do doleiro Alberto Youssef em hotéis.

    QUEIROZ GALVÃO, sede em São Paulo (SP)

    O ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa disse ao Ministério Público Federal que a Queiroz Galvão foi responsável pelo pagamento de suborno de R$ 10 milhões ao ex-presidente do PSDB Sérgio Guerra para que o tucano ajudasse a esvaziar Comissão Parlamentar de Inquérito criada pelo Senado para investigar a Petrobras em 2009.

    ENGEVIX, Barueri (SP)

    Em tabela apreendida na casa do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, a companhia aparece como responsável por doações eleitorais à base aliada do governo da presidente Dilma Rousseff. Empreiteira faz obras do Complexo Petroquímico da Petrobras no Rio de Janeiro e tem contratos na refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco.

    MENDES JÚNIOR, sede em São Paulo (SP)

    Segundo documentos que compõem a Operação Lava Jato, algumas das principais ligações entre a Mendes Júnior e o doleiro Alberto Youssef são pagamentos e um contrato de prestação de serviços assinado pelo Consórcio Mendes Júnior-MPE-SOG e a empresa GFD Investimentos, controlada pelo doleiro.

    Segundo o contrato, datado de 2011 e apreendido no primeiro trimestre deste ano pela PF, a empreiteira se comprometeu a pagar R$ 2,7 milhões para a GFD a título de "consultoria em Gestão Empresarial" em serviços relativos à Replan (Refinaria de Paulínia), no interior de São Paulo.

    Durante a Lava Jato, os investigadores localizaram quatro depósitos mensais, no valor de R$ 281,5 mil cada um, totalizando R$ 1,12 milhão de julho a outubro de 2011, das contas da Mendes Júnior Trading e Engenharia para a da GFD.

    A suspeita dos investigadores é que se trata de um contrato fictício, formalizado apenas para justificar repasses de propinas a servidores públicos. Assim, no entender da PF, Youssef se apossou desses recursos e os repassou adiante.

    GALVÃO ENGENHARIA, em São Paulo (SP)

    Em tabela apreendida na casa do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, a companhia aparece como responsável por doações eleitorais à base aliada do governo da presidente Dilma Rousseff.

    IESA, sede em Curitiba (PR), e IESA ÓLEO E GÁS, sede no Rio de Janeiro (RJ)

    Em tabela apreendida na casa do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, a companhia aparece como responsável por doações eleitorais à base aliada do governo da presidente Dilma Rousseff.

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