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    Lava Jato

    Governo quer que aliados assumam responsabilidades

    MÁRCIO FALCÃO
    GABRIELA GUERREIRO
    VALDO CRUZ
    DE BRASÍLIA

    15/11/2014 02h00

    Temerosos da abrangência da Operação Lava Jato, integrantes do PT e do PMDB avaliam que a situação do governo de Dilma Rousseff fica mais ainda fragilizada diante das turbulências que já enfrenta na economia e na relação com o Legislativo.

    O governo espera que os seus principais apoiadores também assumam, cada um, as responsabilidades por eventuais irregularidades na estatal, sem deixar tudo na conta do Planalto.

    PT e PMDB, principais aliados do governo, indicaram pelo menos dois alvos da Polícia Federal: Renato Duque, ex-diretor da Petrobras que teria ligações com o ex-ministro José Dirceu (Casa Civil), e Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, apontado como operador do PMDB na estatal.

    Alan Marques - 4.nov.2014/Folhapress
    O líder do PT da Câmara dos Deputados, deputado Vicentinho
    O líder do PT da Câmara dos Deputados, deputado Vicentinho

    Em nota, o PMDB disse que repudia "de forma categórica as acusações de envolvimento em supostos desvios de recursos da Petrobras" e que obteve legalmente seus recursos para financiar campanhas. "O PMDB jamais teve qualquer interlocutor de fora dos seus quadros autorizado a arrecadar em nome do partido".

    As empreiteiras são as principais financiadoras de campanhas e muitos desses executivos têm relação de proximidade com políticos já citados nas delações premiadas da Lava Jato e que serão julgados pelo STF (Supremo Tribunal Federal) devido ao foro privilegiado.

    Apesar da preocupação nos bastidores, publicamente os políticos em geral defenderam as investigações. "O partido tem a intenção de que tudo seja apurado. Se tiver que punir, puna quem for", disse o líder do PT na Câmara, Vicentinho (SP).

    Entre os membros da CPI mista do Congresso que investiga irregularidades na estatal, o consenso é que as novas prisões efetuadas nesta sexta (14) esvaziam ainda mais os trabalhos porque seus membros não têm acesso às informações sigilosas das investigações mantidas pela PF e a Justiça Federal.

    CPI ESVAZIADA

    Sem acesso ao material, integrantes da CPI fecharam um "acordão" para evitar a convocação de políticos que estariam envolvidos com as irregularidades, com o aval da oposição.

    "A Justiça tem condições de apurar melhor do que nós. A nossa grande expectativa é ter acesso às delações premiadas. Enquanto a Justiça nos negar isso, não há como avançar", disse o presidente da CPI, Vital do Rêgo (PMDB-PB).

    "A CPI está a cada hora mais fora do processo porque não tem a delação", acrescentou o líder do PMDB na Câmara, Eduardo Cunha (RJ).

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