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    Lava Jato

    Petrobras publica dados operacionais e esclarecimentos sobre denúncias

    SAMANTHA LIMA
    DO RIO

    15/11/2014 17h36

    Para tentar atenuar o impacto da crise criada pelo adiamento da divulgação de seu balanço, a Petrobras antecipou, em anúncio de página dupla publicado em jornais neste sábado (15) e domingo (16), o fornecimento de dados sobre seu desempenho operacional. Aproveitou para esclarecer as providências tomadas para apurar as denúncias de corrupção levantadas na Operação Lava Jato.

    Na sexta-feira (14), a empresa havia informado que apresentaria as informações em teleconferência para analistas e investidores na segunda-feira (17) pela manhã. No evento, que continua agendado, não serão fornecidos dados financeiros, como patrimônio, receita, lucro e dívida.

    O prazo para divulgar as demonstrações financeiras auditadas, como exige a lei, terminaram no dia 14. Sua auditoria externa, a PwC, no entanto, recusou-se a assinar o material, à espera de informações que permitam avaliar o impacto das denúncias no patrimônio da empresa.

    Em um esforço para mostrar que a companhia não parou apesar da forte crise, os dados operacionais apresentados traçam um quadro favorável do desempenho da empresa no período, com avanços na produção, no refino e na oferta de energia.

    A empresa informa que, desde que a atual presidente, Graça Foster assumiu, a eficiência na Bacia de Campos, de onde saem mais de 70% do petróleo produzido pela companhia, saltou de 68% para 86%.

    Já a produção de petróleo no Brasil atingiu a média de 2,09 milhões de barris por dia, 9% acima do terceiro trimestre do ano passado. Esta semana, a Petrobras havia divulgado que a produção entre agosto e setembro crescera 0,4%, ante 0,6% no mês anterior, representando uma desaceleração em relação às taxas entre maio e agosto, na faixa de 2%.

    A empresa planeja crescer sua produção em 7,5% este ano. Considerando a média diária entre janeiro e setembro, o crescimento foi de 4%, frente a de 2013.

    A refinarias ampliaram o uso da capacidade de 98% para 100% no trimestre. Este número, que considera a capacidade teórica das refinarias, é possível graças à atualização de equipamentos e de uso de tipos de petróleo que permitem maior rendimento.

    DENÚNCIAS

    Na primeira página do anúncio, a companhia volta a afirmar a possibilidade de ter de registrar baixas contábeis em seus balanços caso se confirmem denúncias pelo ex-diretor Paulo Roberto Costa feitas à Justiça, em outubro. Na ocasião, ele afirmava ter participado de esquema de corrupção na empresa com a participação de outros diretores, que arrecadava propinas sobre obras, com participação de empreiteiras, e que abastecia partidos políticos.

    Informa, ainda, ter implementado 60 medidas e estar implementando outras seis, "de relevante impacto", para melhorar a gestão da companhia e dos investimentos, além de reduzir o risco de fraudes, desvios de conduta, e aumentos de custos e prazos nos projetos.

    A Petrobras afirmou ter contratado dois escritórios externos para auxiliar nas investigações "atendendo a recomendações do Comitê de Auditoria, seguindo as melhores práticas" e por indicação da auditoria externa. Na verdade, a PwC reuniu-se com o comitê de auditoria em 16 de outubro exigindo aprofundamento das investigações, mostrando-se preocupado com o envolvimento da alta administração da empresa nas denúncias.

    A estatal diz que está informando a PwC sobre todas as providências tomadas.

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