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    Lava Jato

    Refinaria Abreu e Lima receberá licença de operação nesta segunda

    LUCAS VETTORAZZO
    SAMANTHA LIMA
    DO RIO

    17/11/2014 12h13

    A presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, informou que a licença de operação de uma unidade da refinaria Abreu e Lima, também conhecida como Renest, em construção em Ipojuca (PE), saiu nesta segunda-feira (17).

    Segundo Graça, a chamada unidade de Destilação Atmosférica era o que faltava para a Petrobras cumprir o prazo de colocar a refinaria Abreu e Lima em operação em novembro deste ano. Inicialmente, o prazo para a entrada em operação era 4 de novembro.

    A ANP (Agência Nacional do Petróleo) confirmou que concedeu a licença, mas disse que a refinaria ainda não tem autorização para processar diesel, o principal combustível a ser produzido.

    A informação sobre a licença foi divulgada em teleconferência sobre o resultado operacional na manhã desta segunda. Diante da impossibilidade de divulgar os resultados financeiros, a empresa destacou os resultados operacionais.

    A Petrobras adiou a divulgação das demonstrações financeiras do terceiro trimestre alegando necessidade de aprofundar a investigação sobre denúncias de corrupção e fazer possíveis ajustes no documento.

    Segundo fonte próxima à administração da empresa, a PwC (PricewaterhouseCoopers) não assinou o documento, como é exigido por Instrução da CVM (Comissão de Valores Mobiliários). A companhia agora prevê apresentar os documentos no dia 12 de dezembro.

    Graça confirmou que a refinaria Abreu e Lima terminará seu processo de construção tendo demandado um investimento de US$ 18,5 bilhões. A Petrobras já havia fixado um investimento para a refinaria entre US$ 17 bilhões e US$ 20 bilhões.

    Heudes Regis - 29.set.2014/JC Imagem
    A refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, uma das obras da Petrobras sob suspeita
    A refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, uma das obras da Petrobras sob suspeita

    CONTRATOS

    Segundo o depoimento feito em regime de delação premiada pelo ex-diretor de Abastecimento da companhia, Paulo Roberto Costa, os contratos da estatal com fornecedores eram superfaturados em pelo menos 3%.

    O ex-diretor de Serviços da Petrobras, Renato Duque, preso na manhã desta sexta-feira (14), no Rio, era o responsável pelos projetos de engenharia e licitações de obras que, segundo o TCU (Tribunal de Contas da União), foram superfaturadas, incluindo a refinaria Abreu e Lima e o Comperj (Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro).

    A Operação Lava Jato, investiga contratos de empreiteiras com a Petrobras que somam R$ 59 bilhões, considerando o período de 2003 a 2014. Segundo a PF, parte desses contratos se destinava a "esquentar" o dinheiro que irrigava o caixa de políticos e campanhas no país.

    Tanto o doleiro Alberto Yousseff quanto o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa revelaram em depoimentos à Justiça Federal e ao Ministério Público Federal, com quem também firmaram um acordo de delação premiada, que contratos da Petrobras eram superfaturados para pagar propina a partidos, políticos e financiar a campanha eleitoral de 2010.

    RESULTADO OPERACIONAL

    A empresa apresentou os dados operacionais, boa parte deles antecipada em anúncio publicado no fim de semana, como esforço para mostrar que a companhia não parou apesar da crise.

    A empresa informou que, desde que a atual presidente, Graça Foster, assumiu, a eficiência na Bacia de Campos, de onde saem mais de 70% do petróleo produzido pela companhia, saltou de 68% para 86%.

    Já a produção de petróleo no Brasil atingiu a média de 2,09 milhões de barris por dia –9% acima do terceiro trimestre do ano passado. Esta semana, a Petrobras havia divulgado que a produção entre setembro e outubro foi de 0,4%, ante 0,6% no mês anterior, representando uma desaceleração em relação às taxas entre maio e agosto, na faixa de 2%.

    A empresa planeja crescer sua produção em 7,5% este ano. Considerando a média diária entre janeiro e outubro, o crescimento foi de 4%, frente a de 2013.

    A refinarias ampliaram o uso da capacidade de 98% para 100% no trimestre. Este número, que considera a capacidade teórica das refinarias, é possível graças à atualização de equipamentos e de uso de tipos de petróleo que permitem maior rendimento.

    A produção de gás aumentou 11% em relação ao trimestre anterior, para 46 milhões de metros cúbicos. Segundo a companhia, o aumento na produção de gás permitiu reduzir em 16% a importação de Gás Natural Liquefeito no período.

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