• Poder

    Monday, 17-Jun-2024 09:28:42 -03

    Lava Jato

    Fernando Baiano é usado como 'bode expiatório', diz defesa dele em Curitiba

    ADRIANA BRUM
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM CURITIBA

    17/11/2014 13h58

    O advogado do lobista Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, disse nesta segunda-feira (17) que seu cliente está sendo usado como "bode expiatório" na operação Lava Jato, que investiga desvios de recursos em contratos da Petrobras.

    "O Fernando [Baiano] é um camarada que está sendo usado como bode expiatório. Só isso. Não tem nada com o PMDB. Estava colaborando, estava com passagem comprada para amanhã. Vamos decidir se ele vai se apresentar", afirmou o advogado Mario de Oliveira Filho ao deixar a superintendência da Polícia Federal em Curitiba, onde estão os 23 presos da operação.

    Apontado nas investigações como o lobista que fazia o elo entre os quadros do PMDB e os personagens do esquema de pagamento de propina e superfaturamento das obras da Petrobras, Fernando Baiado teve a prisão decretada pela Justiça, mas está foragido.

    O advogado afirmou que seu cliente vem colaborando com as investigações e que sua prisão "não tem sentido".

    "Ele vinha colaborando, estava intimado, se apresentou espontaneamente duas vezes por petição, forneceu o endereço, aceitou intimação por telefone, o que não existe, abriu mão da carta precatória para ser ouvido no Rio de Janeiro, marcou audiência para amanhã e mandaram prendê-lo. Não tem sentido", afirmou.

    O depoimento de Fernando Baiano foi marcado para esta terça-feira (18), às 14h. O advogado não informou onde seu cliente está nem deu detalhes dos depoimentos que ele acompanhou hoje (17).

    Na sétima fase da Operação Lava Jato, chamada Juízo Final, a Polícia Federal prendeu executivos das empreiteiras OAS, UTC, Engevix, Queiroz Galvão, Iesa, Galvão Engenharia, Mendes Júnior e Camargo Corrêa. Os valores eram superfaturados para o pagamento de propina, segundo procuradores.

    De acordo com os procuradores, os valores dos contratos que elas mantinham com a Petrobras eram superfaturados para o pagamento de propina.

    DEPOIMENTOS

    Na manhã desta segunda (17), prestaram depoimento cinco executivos da empreiteira OAS, dois da Iesa Óleo e Gás (Valdir Lima Carreiro e Otto Garrido Sparenberg), e Carlos Alberto da Costa e Silva, advogado que atua para empreiteiras e também está preso.

    Ainda estão previstos para esta tarde os depoimentos de Renato Duque, ex-diretor de Serviços da Petrobras, e de Jayme Alves de Oliveira Filho, ligado a empresas do doleiro Alberto Youssef.

    Segundo o advogado dos dois executivos da Iesa, Edson Silvestrin, os delegados perguntaram a seus clientes sobre informações recebidas em depoimentos anteriores feitos sob condição de delação premiada, entre eles os de Paulo Roberto Costa e de Alberto Youssef. Cada depoimento, segundo o defensor, durou cerca de uma hora e vinte minutos.

    Silvestrin afirmou ainda que as declarações de seus clientes à PF vão mostrar que é infundada a denúncia de envolvimento da Iesa nas irregularidades. "Os delegados descartaram essa informação. [A Iesa] É uma empresa que vem em recuperação financeira desde junho do ano passado", afirmou.

    O delegado regional de combate ao crime organizado Igor Romário de Paula afirmou que a intenção da Polícia Federal é ouvir todos os depoimentos até o fim de terça-feira (18), quando começa a vencer o prazo de cinco dias das prisões preventivas.

    Ele não soube informar quantos depoimentos ainda faltam ser tomados. Ao todo, quatro delegados estão encarregados de ouvir os 23 presos.

    Editoria de Arte/Folhapress

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024