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    Marta reassume vaga no Senado e diz que críticas a Dilma são 'página virada'

    GABRIELA GUERREIRO
    DE BRASÍLIA

    18/11/2014 11h52

    Depois de deixar o governo criticando a presidente Dilma Rousseff e a política econômica, a senadora Marta Suplicy (PT-SP) reassumiu nesta terça-feira (18) seu mandato no Senado e disse que o episódio de mal estar com o Palácio do Planalto é "página virada".

    "Isso é página virada, você acha que vou ficar falando disso? Estou entrando no Senado para exercer meu mandato, não vou ficar falando dessas coisas", disse ao ser questionada por jornalistas sobre as críticas a Dilma.

    Marta disse que vai trabalhar em defesa do Brasil e da democracia, mas demorou mais de cinco segundos em silêncio antes de afirmar que também defenderia o governo federal em seu mandato.

    "O Senado é a grande Casa de debates, vamos aqui ter que defender... [silêncio] o governo brasileiro, o Brasil e a democracia. É isso que venho muito entusiasmada."

    A petista prometeu fazer um discurso esta tarde no plenário para falar sobre seu retorno ao Legislativo após mais de dois anos no Ministério da Cultura.

    Marta defendeu a nova etapa da operação Lava Jato, da Polícia Federal, que prendeu empreiteiros envolvidos no esquema de corrupção na estatal.

    Para a petista, a operação é um marco na história do país porque, pela primeira vez, levou corruptores para a cadeia. "Isso é um grande avanço para a democracia no Brasil."

    MINISTÉRIO

    Marta deixou o governo na semana passada (11) com uma carta de demissão em que faz críticas à presidente Dilma Rousseff ao desejar que ela "seja iluminada" na escolha de uma nova equipe econômica "independente", que resgate a confiança e a credibilidade do governo.

    O teor da carta de despedida de Marta reflete críticas que o ex-presidente Lula costuma fazer a Dilma no comando da política econômica. Ele defende a escolha de um ministro da Fazenda com total respaldo do mercado e não esconde sua preferência por Henrique Meirelles, que comandou o Banco Central durante o seu governo.

    Segundo a Folha apurou, a ministra já havia apresentado seu pedido de demissão uma semana antes, mas o chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, pediu para segurar a exoneração.

    Dilma queria que todos os ministros entregassem seus cargos juntos, num gesto para deixar a presidente à vontade para remontar sua equipe.

    Com a saída abrupta de Marta, a Casa Civil acionou os demais integrantes do primeiro escalão, pedindo que antecipassem o movimento.

    Marta tomou posse na Cultura em setembro de 2012, no lugar de Ana de Hollanda. Já foi prefeita de São Paulo (2001 a 2004), deputada federal (1995 a 1998) e ministra do Turismo (2007 a 2008).

    Pedro Ladeira - 5.nov.14/Folhapress
    Michel Temer, Dilma Rousseff e Marta Suplicy no Palácio do Planalto no início do mês
    Michel Temer, Dilma Rousseff e Marta Suplicy no Palácio do Planalto no início do mês

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