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    Lava Jato

    Graça não revelou à CPI que estatal foi informada sobre propina

    GABRIEL MASCARENHAS
    DE BRASÍLIA
    SAMANTHA LIMA
    DO RIO

    19/11/2014 23h31

    A presidente Graça Foster não revelou à CPI mista que a Petrobras foi informada sobre descobertas do Ministério Público holandês de que funcionários da estatal receberam propina da SBM Offshore.

    A oposição acusa Graça de mentir no dia 11 de junho, quando foi prestar esclarecimentos ao colegiado.

    Na ocasião, Marco Maia (PT-RS) perguntou se a Petrobras estava respondendo a alguma "ação no exterior ou no Brasil por conta dessa denúncia". Graça negou: "Não fomos informados".

    No dia 27 de maio, 15 dias antes de a presidente ir à CPI, a Petrobras recebeu uma carta enviada pela SBM, fornecedora de plataformas da Holanda.

    O documento avisava: o Ministério Público holandês tinha informação de que "foram pagos valores a empregados da Petrobras por meio do representante no Brasil".

    Na mesma sessão da CPI, o próprio Maia e outros parlamentares insistiram para Graça dar informações a respeito das denúncias.

    A presidente argumentava que a apuração interna da Petrobras, feita entre entre fevereiro e abril, não havia descoberto irregularidades.

    Só nesta segunda-feira (17) a presidente anunciou publicamente que a estatal tinha conhecimento dos elementos da investigação das autoridades internacionais. Disse que foi informada "meses atrás".

    "Imediatamente mesmo, informamos à SBM que ela não participaria de nenhuma licitação conosco".

    "Lamento dizer que a Presidente Graça Foster mentiu nessa CPMI, porque, se em 11 de junho, ela dizia que não havia nenhuma informação com relação ao pagamento de propina e, agora, ela fala que, desde maio, já havia ofício, ela mentiu para o povo brasileiro", disse Antônio Imbassahy (PSDB-BA).

    Antes mesmo de ir à CPI mista (formada por deputados e Senadores), Graça Foster já havia comparecido à Comissão Parlamentar de Inquérito exclusiva do Senado. O depoimento ocorreu, coincidentemente, em 27 de maio, data em que a estatal recebeu o comunicado informando sobre as descobertas do Ministério Público holandês.

    Naquele dia, Graça também não tocou no assunto referente à carta da SBM. Afirmou, porém, que havia eliminado a ex-fornecedora da lista de convidados para futuras licitações.

    Pelo relato, a SBM teria pago propinas a funcionários da Petrobras, com o objetivo de fechar contratos.

    Procurada, a Petrobras argumenta que a SBM não confirmou o pagamento de propina, como diz o Ministério Público da Holanda. Conclui, dizendo que, ao receber a carta da antiga fornecedora, a repassou para as autoridades competentes. A Petrobras diz ainda que não reabriu a investigação interna depois de receber as informações passadas pela SBM.

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