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    Lava Jato

    Para CNBB, caso Petrobras dá sensação de que corrupção é mal sem fim

    DE BRASÍLIA

    20/11/2014 12h24

    O desvio de recursos na Petrobras "reforça a sensação de que [a corrupção] é um mal que não tem fim", e é consequência do financiamento privado de campanhas eleitorais, "porta e janela de entrada da corrupção".

    A crítica está em nota da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), elaborada pelo Conselho Episcopal Pastoral - grupo que reúne a presidência da entidade, das comissões episcopais e assessores.

    "Nenhum país prospera com corrupção que, no caso do Brasil, lamentavelmente já vem de muitos anos e não se limita à Petrobras", afirma o texto, divulgado nesta quarta-feira (20).

    "É fundamental que sejam apuradas as denúncias. Aliás, foi uma proposta dos candidatos combater de uma maneira muito forte e firme toda corrupção", afirmou o presidente da CNBB, cardeal Raymundo Damasceno.

    Com o título "Brasil pós-eleições:compromissos e desafios", a nota cumprimenta os candidatos eleitos na votação deste ano e lembra a responsabilidade dos políticos de não "frustrar as expectativas de quem os elegeu".

    "Não basta escolher os candidatos, é importante acompanhá-los naquilo que prometeram, que propuseram ao eleitor, para que as promessas sejam cumpridas", completou o presidente.

    'GRAVES FRAGILIDADES'

    A CNBB ainda elencou "graves fragilidades" que se tornaram "mais visíveis" na última disputa eleitoral. Entre elas, a entidade apontou a "submissão ao poder econômico financiador das campanhas" e o "descompromisso de partidos e candidatos com programas, favorecendo debates com ataques pessoais".

    O texto ainda pede para o país "recompor sua unidade". Damasceno afirmou ser "natural" a realização de manifestações por aqueles que estão insatisfeitos, mas lamentou referências ao retorno da ditadura militar, por exemplo. "Não somos de acordo com isso."

    O arcebispo de Aparecida destacou ainda que a CNBB, junto com outras entidades, vai retomar a coleta de assinaturas para projeto de lei, de origem popular, para uma reforma política no país.

    Até o momento, foram coletadas 600 mil assinaturas. O objetivo é reunir 1,5 milhão até o início do próximo ano, e encaminhar a proposta ao Congresso até março de 2015. A mobilização teve início no ano passado, após os protestos de junho, e é realizada pela chamada Coalizão pela Reforma Política Democrática.

    "É um consenso na sociedade da [necessidade de uma]reforma política no nosso país e isso não pode ser adiado. É preciso que o Congresso se debruce sobre essa questão", defendeu o cardeal.

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