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    'Ele está bem', diz Dilma a viúva de Márcio Thomaz Bastos

    MARINA DIAS
    GUSTAVO URIBE
    DE SÃO PAULO

    20/11/2014 17h50

    Foi Dilma Rousseff quem fez Maria Eleonor sorrir pela primeira vez na tarde desta quinta-feira (20), durante o velório de Márcio Thomaz Bastos, na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. De mãos dadas com a viúva do advogado criminalista, a presidente cochichou uma história rápida sobre o amigo. Então levantou a cabeça e disse confiante: "Ele está bem". "Está, eu sei", respondeu sorrindo Maria Eleonor.

    Apesar do tradicional semblante firme, Dilma estava emocionada. Chorou mais de uma vez enquanto conversava com a viúva. O olhar firme se perdia muitas vezes. O pé direito, calçado nos sapatos pretos de salto baixo, marcava uma marcha constante, acompanhado em ritmo pelas batidas do dedão também direito, entrelaçado nas mãos trêmulas de Maria Eleonor.

    A viúva se interessou pela pulseira com um pingente de olho grego que a presidente carrega no pulso esquerdo, junto com o relógio. Foi presente da Fátima, mulher do governador da Bahia Jaques Wagner. Dilma explicou que o objeto a protege de energias ruins. As duas sorriram juntas. Pela segunda vez.

    Acompanhada dos ministros Aloizio Mercadante (Casa Civil), José Eduardo Cardozo (Justiça), Luís Inácio Adms (AGU) e do prefeito de São Bernardo do Campo, Luiz Marinho (PT), a presidente chegou pontualmente às 16h ao hall principal da Assembleia Legislativa de São Paulo, onde permaneceu por uma hora também exata.

    Levantou-se apenas para ficar ao lado do caixão por alguns minutos. Marcela, filha de Thomaz Bastos, foi quem a acompanhou.

    "Eu estava de mãos dadas com ele na hora", disse. "Você estava de mãos dadas?", repetiu a presidente, visivelmente surpresa. "Mas ele estava consciente?", prosseguiu. "Sim", respondeu Marcela. E as duas seguiram a conversa relembrando histórias do advogado.

    "NÃO VOU FALAR"

    Momentos antes de Dilma começar a se despedir dos presentes, a assessoria de Márcio Thomaz Bastos organizou uma coletiva de imprensa em que a presidente faria uma declaração, sem direito a perguntas de jornalistas. Não consultou antes, porém, Dilma nem seus assessores.

    "Não vou falar. De maneira nenhuma. Não vou falar aqui", disse a presidente ao ser comunicada pela assessoria do advogado do aparato montado. "Imagina, é uma questão de respeito. Ela não pode dar entrevista em velório", disse um aliado de Dilma.

    O ministro da Justiça foi escalado para falar no lugar da presidente, que saiu vinte minutos antes da bênção do padre e da chegada do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

    Editoria de Arte/Folhapress

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