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    Lava Jato

    Lobista Fernando Baiano tinha negócios com BR Distribuidora

    RUBENS VALENTE
    JOÃO CARLOS MAGALHÃES
    DE BRASÍLIA

    27/11/2014 02h00

    O bloqueio determinado pela Operação Lava Jato nas contas bancárias ligadas ao lobista Fernando Soares, o Fernando Baiano, revelou que ele mantinha negócios com um braço da Petrobras, a BR Distribuidora.

    Baiano, segundo o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, atuava como operador do PMDB na estatal –o que o partido nega.

    Por meio de sua empresa Technis, Baiano se tornou sócio, com uma participação de R$ 7 milhões, da FTC Cards, que atua no processamento do serviço de cartões de fidelidade e promoções na rede de postos da bandeira Petrobras e das lojas BR Mania.

    A FTC, constituída no Canadá e com endereço em São Paulo, teve como sócios a Technis e um brasileiro que mora na Suíça.

    Geraldo Bubniak/AGB/Folhapress
    O empresário Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, chega ao IML para exames
    O empresário Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, chega ao IML para exames

    A documentação anexada à Lava Jato demonstra que Baiano foi sócio da FTC de junho de 2012 a outubro de 2014, um mês antes da deflagração da sétima fase da Lava Jato. No dia 17 de outubro os sócios excluíram a Technis da sociedade e devolveram R$ 7 milhões à Technis.

    O novo negócio de Baiano veio à tona de forma casual. O juiz federal Sergio Moro havia determinado, além da prisão de Baiano, o bloqueio de dinheiro dos investigados em contas bancárias e aplicações.

    Em resposta, o Bradesco localizou e bloqueou cerca de R$ 4,5 milhões que estavam em três aplicações em CDBs ligados à Technis: o banco indagou ao juiz o que fazer com o dinheiro, pois tratava-se de recursos "em nome de uma empresa sócia" da Technis.

    Nesta quarta-feira (26), a FTC Cards solicitou o desbloqueio dos recursos de um dos CDBs e disse que a Technis deixou a sociedade.

    A FTC informou que "não tinha, na data do bloqueio efetuado pelo banco, e não tem, nesta data, qualquer relação, seja societária ou de qualquer outra natureza, com a Technis". A empresa classificou o bloqueio de "erro".

    Sobre o contrato com a BR, a empresa disse que "atua no processamento de dados e serviços e programas de fidelização de clientes ou cartões, processando atualmente mais de 500 mil transações por dia". O advogado de Baiano, Mário Oliveira Filho, não foi localizado. Nem a Petrobras nem a BR se pronunciaram.

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