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    Lava Jato

    Fernando Baiano já foi sócio de empresário envolvido em escândalo paulista

    DE BRASÍLIA

    27/11/2014 18h05

    O lobista Fernando Baiano, preso na Operação Lava Jato, já foi sócio de um expoente do caso Israel, escândalo de importações fraudulentas em São Paulo durante a gestão do governador Orestes Quércia (1938-2010).

    Fernando Baiano pertenceu, até este ano, de sociedade que tinha com Arie Halpern, pivô do escândalo paulista, em empresa que mantém contratos com a BR Distribuidora, subsidiária da Petrobras.

    O caso Israel começou em 1988, quando Quércia, do PMDB, firmou acordos de cooperação com o então consul israelense em São Paulo. Os acordos levaram Quércia à fechar contratos sem concorrência no valor de US$ 310 milhões (em valores da época) para compra de equipamentos eletrônicos.

    As importações, feitas por meio da empresa de Halpern da época –a Trace Trading Company–, sofreram superfaturamento, segundo investigações.

    Denunciado pela Justiça por fraude processual, tentativa de corrupção de perito e corrupção ativa, Halpern chegou a ser preso em maio de 1993. Agora, mais de 22 anos depois, ele mora na Suiça, de acordo com documentos recebidos pela Justiça em um dos processos gerados pela Operação Lava a Jato.

    Halpern foi um dos fundadores da FTC Cards Processamento no Brasil.

    Fernando Baiano, apontado como operador do PMDB no esquema de corrupção da estatal, se tornou sócio da mesma FTC em 2012 por meio de uma outra empresa, chamada Technis, com uma participação de R$ 7 milhões.

    A FTC atua no processamento do serviço de cartões de fidelidade e promoções na rede de postos da bandeira Petrobras e das lojas BR Mania. Em outubro de 2014, um mês antes da deflagração da sétima fase da Lava Jato, os sócios excluíram a Technis da sociedade e devolveram R$ 7 milhões à empresa do lobista.

    O advogado de Halpern, Alberto Zacharias Toron, informou à Folha que seu cliente foi "absolvido de todas as acusações que recaíram sobre ele". Toron citou decisões favoráveis a Halpern na 4ª Vara Federal de São Paulo e no Supremo Tribunal Federal, onde o arquivamento, segundo o advogado, foi requisitado pelo próprio Ministério Público Federal.

    Toron também afirmou que Fernando Baiano não tem nenhum poder de gerência titularizada por Arie.

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