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    Dilma deve definir ministros de sua cota pessoal nesta semana

    VALDO CRUZ
    GABRIELA GUERREIRO
    DE BRASÍLIA

    01/12/2014 02h00

    Além de oficializar o senador Armando Monteiro (PTB-PE) como novo ministro do Desenvolvimento, a presidente Dilma Rousseff deve definir nesta semana pelo menos três nomes de sua cota pessoal para o segundo mandato: Miguel Rossetto, Tereza Campello e Giles Azevedo.

    Rossetto, que atuou na coordenação da campanha à reeleição, fará parte do grupo palaciano, ocupando a Secretaria-Geral da Presidência, no lugar de Gilberto Carvalho.

    Campello será mantida no Ministério do Desenvolvimento Social. E Giles Azevedo, que foi chefe de Gabinete da Presidência, deve ser nomeado ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos.

    Azevedo deve ter uma sala no Palácio do Planalto, atendendo a pedido da presidente para que seu fiel assessor fique próximo. Nome de total confiança da petista, ele é o encarregado de cumprir missões mais discretas e reservadas da presidente.

    ALIADOS

    Nos próximos dias, Dilma também começará a intensificar conversas com os partidos aliados, visando a montagem de sua base de sustentação no Congresso. Nesta segunda-feira (1º), ela recebe os líderes de todos os partidos governistas.

    Dilma prometeu ao vice-presidente, Michel Temer (PMDB-SP), começar a definir nesta semana os nomes peemedebistas que vão integrar seu ministério.

    O PMDB espera ampliar o atual espaço no primeiro escalão. A sigla, que hoje tem cinco ministérios, pretende ocupar seis pastas: três com indicações dos deputados do partido, três dos senadores.

    Nos bastidores, o PMDB condiciona seu apoio a Dilma no Congresso à "boa vontade" da petista ao ceder espaço na Esplanada para a sigla –além de manter as indicações de aliados em estatais.

    Temer coordena, dentro do partido, a operação de indicações para o primeiro escalão.

    Os peemedebistas não desejam apenas ter filiados no governo; querem participar da escolha. Por isso, muitos se irritaram com a indicação da senadora Kátia Abreu para a Agricultura –pasta considerada da "cota" do PMDB da Câmara. Ela é novata na sigla e lideranças da legenda não deram o crivo a seu nome.

    O partido espera, em troca, emplacar o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves, no cobiçado Ministério da Integração Nacional –ele perdeu a disputa para o governo do Rio Grande do Norte e ficará sem mandato.

    Outro nome que a sigla deseja ter no primeiro escalão é o do líder do governo no Congresso, Eduardo Braga.

    PROVA

    Dilma terá nesta semana a primeira prova de fogo no Congresso após as eleições. Ela precisa do apoio do PMDB para aprovar a mudança na LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) –que permitirá ao governo não atingir a meta de superavit fiscal de 2014.

    O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), prometeu viabilizar a aprovação, mas aliados estão descontentes com a falta de definição do seus espaços no novo mandato.

    *

    ARMANDO MONTEIRO
    Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior
    Senador pelo PTB de Pernambuco e ex-presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), o advogado e administrador de empresas foi derrotado na campanha para o governo do Estado, na qual tinha apoio do PT, por Paulo Câmara (PSB)

    GILES AZEVEDO
    Secretaria de Assuntos Estratégicos
    Amigo da presidente há cerca de 20 anos, o geólogo trabalhou com Dilma no RS, atuou na campanha de 2010 e foi chefe do gabinete da Presidência, deixando o cargo em março deste ano para integrar o comando de campanha para a reeleição

    MIGUEL ROSSETTO
    Secretaria-Geral da Presidência
    Ex-ministro do Desenvolvimento Agrário nos governos Lula e Dilma e ex-presidente da Petrobras Biocombustível, o cientista social afastou-se do governo em setembro para ser um dos principais coordenadores da campanha presidencial

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