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    Governador eleito de MG teve o maior custo de campanha

    JULIANA COISSI
    DE SÃO PAULO
    LUCAS REIS
    DE MANAUS

    01/12/2014 02h00

    Os candidatos que disputaram uma vaga de governador neste ano gastaram, juntos, R$ 1,146 bilhão com suas campanhas. Os valores, informados na prestação de contas dos partidos ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral), incluem, por exemplo, custos com viagens e programas de TV.

    O campeão individual de gastos entre os 163 candidatos a governos estaduais foi o petista Fernando Pimentel, eleito em Minas Gerais. Sua campanha custou R$ 52,2 milhões.

    Pimentel derrotou o tucano Pimenta da Veiga (que gastou R$ 43,1 milhões). Os altos valores espelharam a disputa nacional, também polarizada entre o PT de Dilma Rousseff e o PSDB de Aécio Neves.

    Ainda que Minas seja o segundo colégio eleitoral do país, menor que São Paulo, as campanhas de Pimentel e Pimenta da Veiga foram mais caras que as dos primeiros colocados na disputa paulista.

    No Estado, o PT desembolsou R$ 40,2 milhões com a campanha de Alexandre Padilha, quase o mesmo que o tucano reeleito Geraldo Alckmin (R$ 40,4 milhões). O montante reflete a tentativa, frustrada, do PT de governar SP pela primeira vez.

    Paulo Skaf (PMDB), segundo colocado, declarou ter tido custos de R$ 29,2 milhões.

    Editoria de Arte/Folhapress

    Quando considerada a soma de gastos de todos os candidatos, o Estado de São Paulo teve a campanha mais cara do país –R$ 111,5 milhões. A segunda corrida eleitoral com mais gastos foi de fora do Sudeste: a do Ceará, com R$ 103,9 milhões. Em seguida vem Minas (R$ 97,9 milhões).

    O valor recorde no Estado nordestino deve-se às campanhas de Camilo Santana (PT, R$ 51,1 milhões) e de Eunício Oliveira (PMDB, R$ 49,3 milhões). O petista elegeu-se em um segundo turno acirrado e com a bênção do governador Cid Gomes (Pros).

    GASTOS PÚBLICOS

    Para o cientista político Adriano Oliveira, da UFPE (Universidade Federal de Pernambuco), disputas acirradas e colégios eleitorais estratégicos não significam, necessariamente, gastos maiores.

    "Campanhas majoritárias são mais caras, principalmente entre candidatos com mais chance de vitória. Mas pode haver um azarão com chances e que gaste menos", diz.

    Ainda segundo Oliveira, a cifra de R$ 1 bilhão gasta no país joga contra a proposta de gastos públicos em campanhas eleitorais. "A despesa serve de exemplo para que o Congresso não aprove o financiamento público. Os custos não podem ser do Estado, que já banca o fundo partidário."

    VOTOS MAIS CAROS

    Estados com menos eleitores lideram o custo por voto. Roraima (299 mil eleitores) teve o voto para governador mais caro do país: R$ 47,81 por eleitor. Mato Grosso do Sul (R$ 33,80) e Amazonas (R$ 26,35) completam a lista.

    Em alguns locais –como o próprio Amazonas, Estado mais extenso do país–, dificuldades de logística encarecem a campanha. Com poucas estradas, os candidatos usaram até hidroaviões para percorrer os 62 municípios.

    Em Mato Grosso do Sul, foi o acirramento da disputa no segundo turno que turbinou os gastos. Reinaldo Azambuja (PSDB) teve 55,2% dos votos, contra 44,7% de Delcídio do Amaral (PT).

    Colaborou GABRIELA TERENZI

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