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    Lava Jato

    Ex-diretor da Petrobras diz que chegou ao alto escalão por escolha de Lula

    GABRIEL MASCARENHAS
    DE BRASÍLIA

    03/12/2014 15h59

    O ex-diretor de Gás e Energia da Petrobras Ildo Sauer afirmou nesta quarta-feira (3), no Congresso, que chegou ao alto escalão da estatal por indicação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010).

    Sauer, diretor da estatal entre 2003 e 2007, foi a Brasília para ser ouvido pela CPI mista da Petrobras. Como está ocorrendo sessão do Congresso, a reunião do colegiado foi suspensa.

    De acordo com o delator Paulo Roberto Costa, as diretorias controladas por indicações do PT –como é o caso da de Gás e Energia– repassavam ao partido os 3% do valor líquido dos contratos.

    Oposicionistas organizaram um depoimento informal, com os microfones fechados, diante da imprensa –eles fizeram perguntas a Sauer na sala onde ocorre a CPI. Como não se trata de oitiva oficial, as declarações não têm qualquer valor legal para a CPI.

    Sauer, um dos responsáveis pelo programa de governo de Lula em 2002, disse ter sido informado pela presidente Dilma Rousseff, então ministra de Minas e Energia, que o candidato petista o queria na companhia.

    Embora afirme não ser filiado ao PT, admite ter vínculo com o partido. Sauer disse ainda que, além de Lula, Dilma também conhecia sua capacidade técnica.

    O ex-diretor afirmou que nunca participou e jamais soube do esquema de corrupção na Petrobras, onde permaneceu de 2003 a 2007. "A minha diretoria não fazia obras. E se eu soubesse de algumas coisa, teria tomado as medidas que me caberiam", argumentou.

    Ele repetiu algumas vezes que não comentaria declarações de Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento e delator do esquema.

    "O que está acontecendo na Petrobras é uma tragédia: para a Petrobras, para o país, para todo mundo. Fiquei profundamente chocado", afirmou.

    O ex-diretor também confirmou a versão de que a compra da refinaria de Pasadena (EUA) fazia parte do planejamento da Petrobras.

    O ex-diretor defendeu ainda que, após o escândalo, seja revista a forma como "se recrutam os dirigentes de empresas" públicas.

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