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    Após demora de quase quatro anos, ex-diretor da CPTM é alvo de busca

    DE SÃO PAULO

    03/12/2014 18h37

    Após demora de quase quatro anos, autoridades brasileiras realizaram uma diligência de busca e apreensão na casa do ex-diretor da CPTM (Companhia Paulista de Transportes Metropolitanos) João Roberto Zaniboni, em atendimento a pedido de cooperação jurídica internacional do Ministério Público da Suíça.

    Zaniboni foi indiciado em inquérito da Polícia Federal no caso do cartel de trens que atuou em licitações em São Paulo de 1998 a 2008, em governos do PSDB. A busca feita nesta terça-feira (2), porém, faz parte de um pedido autônomo de autoridades suíças que investigam valores suspeitos depositados em conta de Zaniboni no país europeu, como informado pelo jornal "O Estado de S. Paulo".

    Na diligência com duração de cerca de três horas, um representante do Ministério Público, um delegado, dois agentes, um perito e um escrivão da PF copiaram dados do computador pessoal e recolheram documentos na casa de Zaniboni em Campinas (SP).

    O requerimento da Suíça foi feito em fevereiro de 2011 ao Ministério Público Federal brasileiro. O objetivo era, além da busca e apreensão na casa de Zaniboni, obter interrogatórios e análises financeiras da movimentação do ex-diretor da CPTM e outros três supeitos de integrar o esquema de distribuição de propina em contratos do setor público de trens.

    À época, o pedido suíço foi encaminhado ao procurador da República Rodrigo de Grandis, mas ficou parado até outubro de 2013, quando a Folha informou que os procuradores da Suíça se cansaram de esperar pela cooperação de Grandis e arquivaram as investigações sobre os acusados de distribuir propina da multinacional francesa Alstom para servidores e políticos do PSDB.

    Na ocasião, Grandis disse que seu gabinete havia cometido uma "falha administrativa" que levou o pedido a ser arquivado em pasta errada.

    Depois da divulgação do fato, o Conselho Nacional do Ministério Público e o Ministério Público Federal iniciaram apurações, e a cooperação internacional com a Suíça foi retomada.

    O advogado do ex-diretor da CPTM, Antonio João Nunes Costa, afirmou que o material apreendido "não compromete a integridade do Sr. Zaniboni, que nunca cometeu irregularidades durante o período em que trabalhou no serviço público".

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