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    PF acusa 33 de integrar cartel de trens em SP

    DE SÃO PAULO

    04/12/2014 21h21

    A Polícia Federal concluiu a investigação sobre o cartel de empresas que fraudou licitações de trens em São Paulo entre 1998 e 2008, em governos do PSDB, e indiciou o presidente da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), Mário Manuel Bandeira, por suposto envolvimento no esquema.

    Também foram indiciados o atual gerente de Operações da CPTM, José Luiz Lavorente, e ex-diretores da companhia de trens, como João Roberto Zaniboni e Ademir Venâncio de Araújo, que tiveram valores encontrados na Suíça, como informou o "Jornal Nacional", da TV Globo, nesta quinta-feira (4).

    Ao todo, a PF acusou 33 pessoas de participação em crimes de corrupção ativa e passiva, formação de cartel, crime licitatório, lavagem de dinheiro e evasão de divisas.

    Eduardo Knapp - 23.ago.13/Folhapress
    Joao Roberto Zaniboni deixa o Ministério Público Estadual, no centro de São Paulo
    Joao Roberto Zaniboni deixa o Ministério Público Estadual, no centro de São Paulo

    Na lista de acusados estão ex-diretores das empresas Siemens, Alstom, CAF, Bombardier, Daimler-Chrysler, Mitsui e TTrans. Um deles é Adilson Primo, que presidiu a Siemens de 2001 a 2011.

    O consultor Arthur Gomes Teixeira é acusado de ser o intermediário do pagamento de propina das empresas para os servidores públicos.

    O suborno era pago para que as companhias fossem favorecidas em licitações e contratos públicos, segundo a Polícia Federal.

    O relatório encerra o inquérito relativo a suspeitos que não ocupam cargos políticos e que não possuem foro privilegiado, como informou o jornal "O Estado de S. Paulo" nesta quinta-feira.

    Agora o trabalho será encaminhado ao Ministério Público, que poderá pedir a realização de novas diligências, apresentar denúncia contra os acusados ou pedir à Justiça que o caso seja arquivado.

    O inquérito foi aberto em 2008 e ganhou impulso em 2013 quando a Siemens realizou uma delação premiada ao Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica).

    A multinacional alemã contou às autoridades que participou de um cartel com empresas do setor de trens e o grupo fraudou licitações do Metrô e da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) de 1998 a 2008.

    Um dos acusados é João Roberto Zaniboni, que foi diretor de Operação e Manutenção da CPTM de 1999 a 2003.

    Ele já estava indiciado desde o ano passado sob a acusação de ter mantido o valor de US$ 836 mil (cerca de R$ 2,2 milhões) em conta na Suíça, que seria resultante do pagamento de propinas.

    A apuração relativa ao suposto envolvimento de políticos no esquema foi desmembrada do inquérito e está em curso no STF (Supremo Tribunal Federal), em razão da regra do foro privilegiado para congressistas.

    Os deputados federais José Aníbal (PSDB-SP) e Rodrigo Garcia (DEM-SP) são os investigados no STF . Eles negam qualquer ligação com as empresas do cartel de trens.

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