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    Lava Jato

    É natural confundir prisão preventiva com condenação, diz Teori Zavascki

    FELIPE BÄCHTOLD
    DE PORTO ALEGRE

    08/12/2014 20h41

    O ministro do Supremo Tribunal Federal Teori Zavascki, relator na corte das ações da Operação Lava Jato, disse que certas decisões de um juiz são "impopulares" e que é natural que a população não saiba diferenciar prisões preventivas de condenações.

    As declarações foram dadas em um discurso nesta segunda-feira (8), na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, no qual ele não mencionou a operação da Polícia Federal. O ministro recebeu uma homenagem do Legislativo gaúcho.

    "A função de juiz nem sempre é bem compreendida. É natural que as pessoas não tenham obrigação de compreender as tecnicalidades da função de aplicação da lei, que envolvem, certas vezes, a necessidade de decisões impopulares."

    E citou como exemplo: "É natural que as pessoas possam imaginar que quem está preso preventivamente tenha que ser condenado. Ou quem não está preso preventivamente está absolvido. Essas confusões a gente pode até compreender."

    Zavascki disse que é mais fácil achar que o juiz é ladrão, "como a gente pensa no futebol".

    No mesmo discurso, fez ainda uma crítica à mídia ao afirmar que os "intermediários da comunicação" deveriam colaborar para aumentar a compreensão da população. "Mas às vezes comprometem a imparcialidade dessa intermediação porque também têm seus próprios interesses."

    Na semana passada, ele mandou soltar o ex-diretor da Petrobras Renato Duque, que estava preso sob ordem da Justiça Federal do Paraná. Com a decisão, outros suspeitos também acabaram recorrendo ao STF.

    A jornalistas ele disse que o Supremo tem de ser pressionado apenas "pela Constituição". Ao ser questionado sobre a perspectiva de análise da situação de congressistas denunciados na operação, disse que ela ocorrerá no "momento adequado" e que a investigação segue sob sigilo.

    No evento na Assembleia, o único a mencionar a Operação Lava Jato foi o deputado estadual Paulo Odone (PPS), que propôs a homenagem ao juiz. Odone afirmou que "o olhar da sociedade" estará sobre ele devido ao caso da Petrobras e que o ministro manterá a sobriedade.

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