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    Presidente da Contag diz que indicação de Kátia Abreu é 'péssima'

    MARIANA HAUBERT
    DE BRASÍLIA

    09/12/2014 17h40

    A presidente Dilma Rousseff se reuniu nesta terça-feira (9) com o presidente da Contag (Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura), Alberto Ercílio Broch, no Palácio do Planalto.

    Ao final da reunião, Broch conversou com jornalistas e criticou a indicação da senadora Kátia Abreu (PMDB-TO), uma das lideranças do setor agropecuário, para o comando do Ministério da Agricultura no próximo governo Dilma.

    "Acho péssimo", disse Broch. No entanto, ele afirmou não ter tratado do assunto durante a reunião com a presidente.

    Broch afirmou ainda que, apesar da indicação da senadora peemedebista, a atuação da Contag e de outros movimentos sociais no campo não deverá enfrentar mais dificuldades do que as atuais. "Não dificulta a nossa luta porque vamos continuar nossas ações independente de quem seja o ministro", disse.

    Segundo Broch, a audiência com Dilma foi uma solicitação da Contag. Durante a conversa, a confederação não apresentou uma pauta definida para a presidente, que ainda assim, se comprometeu a dar atenção e continuar as políticas para o campo em seu próximo governo.

    Broch destacou que um dos assuntos que preocupam os agricultores é a questão da sucessão no campo, ou seja, quem serão as pessoas que continuarão a produzir alimentos no Brasil nos próximos anos.

    "Os jovens querem ouvir propostas de políticas apropriadas para a sucessão no campo", disse.

    INDICAÇÃO

    O convite de Dilma Rousseff a Kátia Abreu para a liderança do Ministério da Agricultura não agradou a diversos setores da sociedade, como o MST (Movimento dos Sem-Terra) e ambientalistas.

    Dentro do próprio PT, a escolha da senadora do PMDB não foi bem aceita. Setores do partido manifestaram desconforto durante reunião da sigla no final de novembro, em Fortaleza.

    O teólogo Leonardo Boff, junto a intelectuais e ativistas como o economista Luiz Gonzaga Beluzzo, assinaram um manifesto contra a entrada de Abreu e de Joaquim Levy, escolhido para a Fazenda, no governo.

    Houve reações contrárias mesmo no meio empresarial. O grupo JBS, que controla o frigorífico Friboi e foi o maior doador da campanha de Dilma, demonstrou insatisfação com a escolha da senadora e procurou integrantes do governo para saber se a indicação está, de fato, confirmada. Oficialmente, a empresa nega o mal-estar.

    Questionada sobre as críticas da JBS nesta terça, a senadora disse que "sentia muito".

    "A minha intenção em todos os momentos da minha vida é ter espírito público e trabalhar pelo Brasil e não por corporações específicas", afirmou.

    A escolha de Kátia Abreu ainda não foi oficializada pelo Planalto. A demora deve-se ao fato de que Dilma não quer que o nome da senadora entre em sua "cota pessoal" de decisões sobre os ministérios, mas sim, na do PMDB.

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