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    Contra Cunha, PT lancará Chinaglia para disputar presidência da Câmara

    MÁRCIO FALCÃO
    DE BRASÍLIA

    10/12/2014 19h28

    A bancada do PT na Câmara decidiu nesta quarta-feira (10) apresentar o nome do deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP) a partidos da base aliada para tentar consolidar a candidatura petista para a disputa pela Presidência da Casa.

    A ideia é tentar costurar um apoio para oficializar a candidatura até a próxima semana. O partido abriu conversas com PROS, PC do B, PDT, PHS e PEN, além do PSOL, que não compõe a base governista. Chinaglia também deve procurar partidos da oposição, como PSDB.

    A decisão foi tomada após encontro de líderes do partido com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na manhã desta quarta, em um hotel de Brasília. Segundo relatos, Lula deu autonomia para a bancada, mas ponderou preocupação de uma derrota do nome petista para o líder do PMDB, Eduardo Cunha (RJ), favorito na disputa.

    A avaliação do ex-presidente, dizem aliados, é de que um racha na base pode produzir efeitos piores para a governabilidade de Dilma Rousseff no segundo mandato e configurar uma importante derrota na largada de seu novo governo.

    Deputados ligados ao ex-presidente chegaram a defender um alinhamento com Cunha.

    No encontro da bancada, os deputados se dividiram sobre a postura do Planalto na disputa. Setores do PT defendem que o governo atue diretamente na briga pelo comando da Casa, envolvendo o posto nas negociações para a composição do novo mandato de Dilma. Chinaglia, no entanto, disse que essa linha não faz sentido porque "seria misturar as estações'.

    O PT, no entanto, não descarta recuar e tirar o nome de Chinaglia na disputa. Nos últimos dias, petistas abriram negociações, mas não encontraram nomes com peso para concorrer com Cunha. "Sacode, sacode e não surge nome melhor do que do PT", resumiu o deputado José Guimarães (CE).

    O candidato petista já incluiu em seu discurso uma mini plataforma de campanha, pregando a retomada do prestígio dos debates da Casa, reforçar a interlocução com a sociedade, "defesa do Estado democrático e laico", além de medidas corporativistas, como a construção de um prédio para abrigar novos gabinetes da Casa e até uma política de reposição salarial. As duas questões foram incorporadas pelo peemedebista em seus 10 compromissos assumidos na briga.

    Ex-presidente da Câmara, Chinaglia aposta em seu capital político para reverter o favoritismo de Cunha.

    O líder do PMDB deflagrou desde a semana passada uma campanha típica de prefeito. Com viagens bancadas pelo PMDB, ele tem visitado capitais em busca de apoio político. Ele oferece almoço ou jantares com autoridades e bancadas regionais de parlamentares tentando se consolidar. Ele tem apoio oficial até agora do Solidariedade e PSC. A estratégia dele é isolar o PT, aproveitando o desgaste que a bancada enfrenta pela defesa do governo Dilma na Casa.

    O deputado Júlio Delgado (PSB-MG) negocia com partidos da oposição sua candidatura. A eleição deve ocorrer no dia 1º de fevereiro.

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