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    Lava Jato

    Executivos são denunciados por lavagem de dinheiro e corrupção

    ESTELITA HASS CARAZZAI
    DE CURITIBA
    FLÁVIO FERREIRA
    ENVIADO A CURITIBA

    11/12/2014 15h39

    Após meses de investigação, 36 pessoas, vinculadas a seis empreiteiras, foram denunciadas nesta quinta-feira (11) pelo Ministério Público Federal. É a primeira acusação contra executivos investigados pela Operação Lava Jato.

    A partir de agora, executivos ligados às construtoras OAS, Camargo Corrêa, UTC, Mendes Júnior, Engevix e Galvão Engenharia estão acusados formalmente à Justiça, e devem responder pelos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e formação de organização criminosa.

    Também foram denunciados o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa e o doleiro Alberto Youssef, entre outros investigados. Dos 36 denunciados, 23 estão ligados às empreiteiras.

    A procuradoria estima que R$ 286 milhões tenham sido movimentados pelo esquema nos casos analisados até aqui, e vai pedir o ressarcimento de R$ 1,5 bilhão aos denunciados.

    Foram 154 atos de corrupção e 105 atos de lavagem de dinheiro contemplados na denúncia.

    "Essas pessoas roubaram o orgulho dos brasileiros", afirmou o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que participou da entrevista coletiva em Curitiba.

    "O Ministério Público Federal começa a romper com a impunidade de poderosos grupos que têm se articulado contra o interesse do país há muitos anos", disse o procurador Deltan Dallagnol, que ainda sustentou que há indicativos de que o esquema atinge outras obras públicas.

    As cinco denúncias apresentadas nesta terça à Justiça dizem respeito aos contratos da área de abastecimento da Petrobras. Novas denúncias devem ser apresentadas nós próximos dias.

    As empresas são investigadas sob suspeita de participarem de um esquema de fraudes à licitação e desvio de dinheiro público em obras da Petrobras. Porcentagens de 1% a 5% sobre o valor dos contratos seriam repassadas a diretores da estatal e a agentes políticos, com a intermediação de doleiros como Youssef.

    Hoje, 11 executivos permanecem presos preventivamente na sede da carceragem da Polícia Federal em Curitiba, responsável pelas investigações. Eles só saem mediante decisão judicial favorável, o que até agora não conseguiram.

    A maioria deles está detida desde o dia 14 de novembro –quase um mês.

    As denúncias do MPF foram protocoladas na sede da Justiça Federal do Paraná, em Curitiba, e devem ser apreciadas pelo juiz Sergio Moro, responsável pelo caso.

    Caberá a Moro decidir se será aberta ação penal contra os acusados. Em caso de início do processo criminal, os suspeitos passarão à condição de réus.

    Editoria de Arte/Folhapress

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    Veja a lista completa dos denunciados:

    OS EXECUTIVOS

    OAS

    • Agenor Franklin Magalhães Medeiros, diretor-presidente da área internacional de petróleo e gás (PRESO)
    • Fernando Augusto Stremel Andrade, engenheiro
    • João Alberto Lazzari, engenheiro
    • José Aldemário Pinheiro Filho, presidente (PRESO)
    • José Ricardo Nogueira Breghirolli, funcionário (PRESO)
    • Mateus Coutinho de Sá Oliveira, vice-presidente do conselho de administração (PRESO)

    Camargo Corrêa

    • Dalton Avancini, diretor-presidente
    • Eduardo Hermelino Leite, vice-presidente (PRESO)
    • João Ricardo Auler, presidente do conselho de administração

    UTC

    • João de Teive e Argollo, administrador
    • Ricardo Ribeiro Pessoa, presidente (PRESO)

    Mendes Junior

    • Alberto Elísio Vilaça Gomes, representante da empresa nos contratos com a Petrobras
    • Ângelo Alves Mendes, vice-presidente
    • José Humberto Cruvinel Resende, gerente de contratos
    • Rogério Cunha de Oliveira, diretor de Óleo e Gás
    • Sérgio Cunha Mendes, vice-presidente-executivo (PRESO)

    Galvão Engenharia

    • Dario de Queiroz Galvão Filho, presidente
    • Eduardo de Queiroz Galvão, membro do conselho de administração
    • Erton Medeiros Fonseca, diretor-presidente da divisão de óleo e gás (PRESO)
    • Jean Alberto Luscher Castro, diretor-presidente

    Engevix

    • Carlos Eduardo Strauch Albero, diretor técnico
    • Gerson de Mello Almada, vice-presidente (PRESO)
    • Luiz Roberto Pereira, funcionário
    • Newton Prado Junior, diretor técnico

    Sanko Sider

    • Marcio Andrade Bonilho, sócio

    OUTROS DENUNCIADOS

    • Adarico Negromonte Filho, irmão do ex-ministro das Cidades Mário Negromonte (PP)
    • Alberto Youssef, doleiro
    • Antonio Carlos Fioravante Brasil Pieruccini, advogado
    • Carlos Alberto Pereira da Costa, advogado
    • Enivaldo Quadrado, subordinado a Youssef
    • Jayme Alves de Oliveira Filho, agente da Polícia Federal
    • João Procópio Junqueira Pacheco de Almeida Prado, subordinado a Youssef
    • Mário Lúcio de Oliveira, subordinado a Youssef
    • Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobras
    • Sandra Raphael Guimarães, subordinada a Youssef
    • Waldomiro de Oliveira, subordinado a Youssef

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