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    Brasil demorou para investigar crimes da ditadura, diz 'The Economist'

    DE SÃO PAULO

    11/12/2014 23h18

    O relatório final da Comissão Nacional da Verdade foi tema da revista inglesa "The Economist" em sua edição impressa. Para a publicação, o Brasil –"cujos presidentes recentes sofreram nas mãos do regime"– demorou para investigar o período da ditadura.

    A reportagem cita que Dilma Rousseff foi torturada, que Lula foi preso e que Fernando Henrique Cardoso foi para o exílio durante o regime militar.

    O relatório final, de acordo com a revista, se sobressai dos esforços semelhantes de outros países ao dar nome a 377 responsáveis por violações aos direitos humanos e 434 mortos e desaparecidos –mas veio tarde demais, argumenta o texto.

    "Comissões da verdade são normalmente estabelecidas logo depois do colapso (geralmente desordenado) dos regimes", explica. "A verdade é o primeiro passo rumo à reconciliação. No Brasil, onde ela chega quase 20 anos depois que as primeiras indenizações foram pagas às famílias das vítimas, foi um dos últimos [passos]."

    A "Economist" ainda salienta que, diferentemente das Forças Armadas chilena e argentina, que também implementaram regimes ditatoriais e violaram direitos humanos, os generais brasileiros recusam-se a reconhecer os atos de seus predecessores.

    A revista especula que essa reação dos militares brasileiros se deve a uma sensação indevida de lealdade ou à crença de que os crimes cometidos eram justificáveis diante de uma ameaça comunista. Sem que os generais admitam sua culpa, diz o texto, "nenhuma quantidade de verdade vai levar à reconciliação completa".

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