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    Lava Jato

    Oposição cobra demissão de Graça Foster e de diretores da Petrobras

    DE BRASÍLIA

    12/12/2014 14h59

    Líderes da oposição cobraram nesta sexta-feira (12) a demissão da presidente da Petrobras, Graça Foster, e de todos os demais integrantes da diretoria da estatal.

    O novo pedido de afastamento ocorre após a informação de que uma gerente da Petrobras advertiu a atual diretoria sobre uma série de irregularidades em contratos da empresa muito antes do início da Operação Lava Jato, segundo reportagem publicada no jornal "Valor Econômico" desta sexta-feira (12).

    De acordo com a publicação, Venina Velosa da Fonseca, que foi subordinada do ex-diretor de Abastecimento Paulo Roberto Costa, um dos acusados por desvios na estatal, enviou denúncias por e-mail à presidente da Petrobras, Graça Foster, e ao diretor que substituiu Costa, José Carlos Cosenza.

    A informação surge dois dias depois de o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, disparar duras críticas à gestão da Petrobras, sugerindo até a substituição de sua diretoria, comandada por Foster, amiga da presidente Dilma Rousseff.

    Na próxima semana, a oposição vai tentar emplacar no relatório final da CPI mista da Petrobras responsabilização administrativa do Conselho da Petrobras por irregularidades na gestão. Dilma era presidente do conselho na época.

    Para o senador Álvaro Dias (PSDB-PR), a demissão de Graça e dos demais diretores é uma medida que já deveria ter sido tomada pelo Planalto desde que veio à tona o esquema de corrupção investigado pela Polícia Federal na Operação Lava Jato, que envolve políticos, partidos e grandes empreiteiras.

    "Mais essa revelação mostra que o governo foi alertado inúmeras vezes, inclusive pela CPI do Senado, mas fechou os olhos e conviveu com toda essa corrupção", disse o tucano. "Isso mostra que houve cumplicidade com as irregularidades", completou.

    Segundo o líder do PPS na Câmara, Rubens Bueno (PR), não há mais clima para a permanência de Graça. "É um enredo estarrecedor. Não há mais qualquer desculpa para a permanência de Graça Foster na Presidência da Petrobras. Se tiver o mínimo de juízo, a presidente Dilma tem a obrigação de demitir sua protegida e toda a diretoria da empresa. Se não o fizer, vai sinalizar que também faz parte da quadrilha que saqueou a Petrobras", disse.

    O líder do PSDB na Câmara, Antonio Imbassahy (BA), também reforçou o discurso. "O copo já transbordou há muito tempo. A saída de Graça já deveria ter ocorrido. Ela vai sair menor do que entrou e ainda com o carimbo de conivente", afirmou.

    O líder do DEM na Câmara, Mendonça Filho (PE), disse que Graça não tem credibilidade para tocar a empresa. "É uma notícia muito grave e desmancha a tese de que ela desconhecia a corrupção. Isso mostra que não houve uma providência tomada para frear as irregularidades".

    Em nota, o deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP) informou que vai defender que a CPI da Petrobras peça o indiciamento de Graça pelo crime de prevaricação.

    "As novas denúncias comprovam que a presidente da Petrobras há anos tinha conhecimento dos ilícitos ocorridos na empresa. Isso é gravíssimo e coloca a atual presidente em situação ainda mais delicada. Segundo o jornal [Valor], ela recebeu inúmeros e-mails, ao longo dos últimos anos, delatando os desmandos ocorridos na Petrobras e nada fez!", disse.

    "Por essa razão, incluímos no relatório paralelo, que estou apresentando na CPI Mista da Petrobras, o pedido de indiciamento da Graça Foster por prática de crime de prevaricação", acrescentou o tucano.

    Editoria de Arte/Folhapress

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