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    Justiça bloqueia R$ 600 milhões de empresas do cartel de trens

    FLÁVIO FERREIRA
    DE SÃO PAULO

    12/12/2014 18h54

    A Justiça Federal em São Paulo determinou o bloqueio de cerca de R$ 600 milhões de empresas acusadas de formação de cartel para fraudar licitações de trens em São Paulo de 1998 a 2008, em governos do PSDB.

    Foram alvo do sequestro de bens as companhias Alstom, CAF, Siemens, Bombardier, Mitsui e TTrans.

    Na semana passada executivos destas empresas foram indiciados no inquérito da Polícia Federal que apura a atuação do cartel para combinar resultados de licitações e corromper servidores do Metrô e da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos).

    Além disso, o Ministério Público de São Paulo ingressou com ação civil pública contra 11 empresas para restituição de R$ 418 milhões aos cofres públicos por suspeitas de irregularidade em contratos de manutenção preventiva de trens da CPTM.

    INVESTIGAÇÃO

    Em julho de 2013, a Folha revelou que a multinacional Siemens delatou a autoridades antitruste a existência de um cartel em licitações para obras e serviços de manutenção do Metrô de São Paulo e da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos).

    Documentos da Siemens entregues ao Cade mostravam que o governo estadual, controlado pelo PSDB, teria dado aval ao conluio. A empresa fez acordo que lhe garantirá imunidade se as denúncias forem comprovadas. Além da Siemens, o cartel envolveria Alstom, Bombardier, CAF e Mitsui.

    Em São Paulo, o esquema teria começado em 1998, no governo Mário Covas, e ido até 2008. Apesar de a Siemens negar pagamento de propinas a políticos, um ex-diretor da empresa disse nomes à Polícia Federal.

    OUTRO LADO

    Procurada pela Folha, a Siemens afirmou que "proativamente compartilhou com as autoridades os resultados de sua auditoria interna que deram origem às atuais investigações quanto à possível existência de um cartel no setor metroferroviário".

    A multinacional alemã disse ainda que "sempre desejou e apoiou o total esclarecimento" pelas investigações.

    A Bombardier afirmou seguir "os mais altos padrões éticos em todos os países onde atua" e que sempre colaborou com as investigações.

    Até a conclusão desta edição, a reportagem não havia conseguido localizar representantes de Alstom, CAF, Mitsui e TTrans para comentar a decisão judicial.

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