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    Vaccari pede criatividade para pagar posse de Dilma

    CÁTIA SEABRA
    DE SÃO PAULO

    13/12/2014 02h00

    O tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, recomendou ontem "criatividade" ao partido para bancar a festa de posse da presidente Dilma Rousseff.

    Reunido com petistas, ele admitiu que a explosão da Operação Lava Jato, aliada à crise internacional, afugenta potenciais colaboradores. E, queixando-se da falta de recursos, sugeriu que os diretórios municipais do PT se cotizem para garantir público na festa de posse da presidente, no dia 1º de janeiro.

    "Os doadores estão com medo", disse Francisco Rocha, o "Rochinha".

    Alan Marques - 30.mar.2010/Folhapress
    O tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, durante audiência pública na Câmara dos Deputados
    O tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, durante audiência pública na Câmara dos Deputados

    Segundo participantes, Vaccari fez questão de frisar que seu nome não está entre os denunciados pelo Ministério Público Federal por participação no esquema de desvio de dinheiro na Petrobras. Mais uma vez, negou qualquer envolvimento no esquema.

    Ele reconheceu, porém, impacto na arrecadação do partido. Informou que a redução do PT em cerca de 20% provocará significativa perda de receita no ano que vem.

    O partido recolhe uma contribuição de seus parlamentares. Menor, o volume cai. Além disso, fica menor também o número de assessores lotados nos gabinetes.

    Na reunião, Vaccari defendeu o financiamento público de campanha como forma de combate à corrupção. Para ele, o partido arrecadaria mais caso fosse aprovada uma fórmula que mescla financiamento público e teto de contribuição de pessoa física (em R$ 100 mil).

    "O problema é que todos os doadores estão presos. E não é só do PT", lamentou um dirigente do partido. O anúncio de vacas magras ocorre num momento em que coordenadores das campanhas estaduais pedem socorro ao comando nacional do partido.

    O coordenador do comitê de Alexandre Padilha ao governo de São Paulo, Emídio Souza, calcula em R$ 30 milhões a dívida da campanha. Segundo ele, o prejuízo é do partido. Vaccari discorda.

    Ontem, a crise provocada pela CPI foi tema principal do encontro que reuniu as correntes que, juntas, compõem a chapa que controla o partido.

    "Temos que passar o PT a limpo", disse Jorge Coelho, um dirigente da sigla.

    Ao deixar a discussão, o presidente do PT, Rui Falcão, brincou ao comentar sua pauta. Numa menção a termos como "revitalização", disse:"Nunca falei tanto ré'".

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