• Poder

    Tuesday, 25-Jun-2024 23:17:37 -03

    Gestão Agnelo deixará rombo nas contas do DF

    SOFIA FERNANDES
    DE BRASÍLIA

    14/12/2014 02h00

    A cidade-parque idealizada pelo urbanista Lúcio Costa está mais para matagal neste fim de ano. Os gramados que caracterizam Brasília não são cortados há meses e as árvores tombadas com as chuvas obstruem calçadas e ciclovias.

    O visual da capital reflete o desajuste das contas do governo do Distrito Federal ao fim da gestão de Agnelo Queiroz (PT), que não chegou ao segundo turno na tentativa de se reeleger este ano.

    De janeiro a outubro, as despesas superaram as receitas em R$ 3,2 bilhões. A meta fixada para o ano —um rombo de R$ 971 milhões— não deverá ser atingida. No balanço oficial, esse deficit deve ficar em R$ 2,2 bilhões.

    Na semana passada, protestos de funcionários públicos que ainda não receberam os salários de dezembro fecharam quase todos os dias o Eixo Monumental, que corta a cidade de leste a oeste, tornando o trânsito caótico.

    Assim como o governo federal, que penou nas últimas semanas para aprovar no Congresso a sua manobra para fechar as contas, o governo do DF precisou do aval do Legislativo para não terminar o ano sem fundos e descumprindo a Lei de Responsabilidade Fiscal.

    A duras penas, Agnelo conseguiu aprovar na Câmara Legislativa projeto que autoriza a venda de títulos da dívida ativa —o governo aposta na operação para captar até R$ 2 bilhões ainda este ano, e afirma que vai usá-los para investimentos em serviços públicos. Despesas como pagamentos de salários, porém, dependem desses recursos.

    O projeto enfrentou obstrução de parlamentares e da equipe de transição do governador eleito, Rodrigo Rollemberg (PSB).

    No apagar das luzes deste governo, além de garis, profissionais de saúde e educação com salários atrasados, fornecedores de todas as áreas se queixam de falta de pagamento.

    Educação e Saúde são duas das áreas que recebem repasses da União previstos pela Constituição. Essas transferências contemplam ainda segurança, e somarão R$ 11,6 bilhões este ano.

    O governo do DF diz que todas as suas dívidas serão pagas até o dia 29. Afirma ainda que está adequando seu fluxo de caixa e que tem feito o levantamento das pendências financeiras e pago "dívidas pontuais".

    Sérgio Lima/Folhapress
    Professores e profissionais da área de saúde fecharam as seis faixas em frente ao Palácio do Buriti (sede do Governo do DF)
    Professores e profissionais da área de saúde em frente ao Palácio do Buriti (sede do governo do DF)

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024