• Poder

    Saturday, 04-May-2024 20:52:07 -03

    Lava Jato

    CPI da Petrobras aprova relatório oficial e poupa políticos

    GABRIEL MASCARENHAS
    DE BRASÍLIA

    18/12/2014 13h10

    A CPI mista da Petrobras aprovou nesta quinta-feira (18) o relatório do petista Marco Maia (RS) pedindo o indiciamento de 52 pessoas. O documento não inclui políticos nem a presidente da estatal, Graça Foster.

    A oposição apresentou um relatório paralelo, mas saiu derrotada. Ainda assim, vai entregá-lo o Ministério Público, propondo a abertura de ação por improbidade administrativa contra a presidente Dilma Rousseff e o indiciamento de Graça Foster.

    O objetivo é responsabilizar Dilma pela compra da refinaria de Pasadena, no Texas. Segundo a CGU (Controladoria-geral da União), o negócio causou prejuízos de US$ 650 milhões à petroleira.

    À época da aquisição, em 2006, Dilma presidia o Conselho de Administração da Petrobras. O colegiado aprovou a compra da refinaria por unanimidade.

    Parlamentares da oposição acusaram a base aliada de ter trabalhado contra o avanço das investigações na CPI.

    "Instalada, a comissão atuou de forma tímida. Chega ao final da jornada, com um relatório que não atende ao desejo da sociedade brasileira", criticou o deputado Mendonça Filho (DEM-PE).

    Líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE) rebateu, afirmando que os adversários do governo se comportam como se a eleição ainda estivesse em curso.

    "É a continuidade do que estão chamando de terceiro turno eleitoral. Querem encontrar vínculo da presidente com esse processo para tentar, no tapetão, impedir que a presidente exerça seu segundo mandato", argumentou.

    A sessão desta quinta começou com 40 minutos de atraso, por volta das 11 horas. A base aliada retardou a chegada à sala da reunião.

    Alguns, como os senadores do PT Jorge Viana (AC) e Paulo Paim (RS) compareceram, mas só assinaram a lista de presença depois de consultarem o comando do partido.

    A sessão só pode ser aberta com a subscrição de pelo menos 11 parlamentares.

    O relatório oficial, aprovado pelo colegiado por 19 votos a 8, embora poupe políticos e Graças Foster, solicita o indiciamento de ex-diretores da petroleira Paulo Roberto Costa, Nestor Cerveró e Renato Duque e dois ex-gerentes, Pedro Barusco e Silas Oliva.

    Cita também os principais executivos das empreiteiras acusadas de formar um cartel que atuava na Petrobras, além de Alberto Youssef e personagens ligados ao doleiro e às empresas dele.

    Consta no relatório do deputado petista o nome de Fernando Antônio Falcão Soares, o Fernando Baiano, apontado como lobista do PMDB junto à estatal.

    Maia alterou o texto que havia apresentado inicialmente, que não pedia o indiciamento de ninguém. Após a mudança, o parecer passou a especificar os supostos crimes cometidos por cada um dos citados.

    Vários deles, porém, já são réus na Justiça Federal, que acatou denúncias feitas pelo o Ministério Público contra 39 suspeitos da Lava Jato.

    Marco Maia mudou ainda sua conclusão a respeito da compra da refinaria de Pasadena. No primeiro momento, ele escrevera que a Petrobras havia feito um bom negócio ao adquirir a unidade.

    O trabalho da oposição, derrotado na sessão, pede indiciamento do ex-presidente da Petroleira José Sérgio Gabrielli, do tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, e do ex-ministro das Cidades Mário Negromonte, além de Graça.

    O relatório paralelo sustenta a necessidade de indiciamento do ex-deputado cassado André Vargas (PR-sem partido) e do deputado Luiz Argôlo (SDD-BA).

    Propõe ainda que a Polícia Federal investigue o ministro das Comunicações Paulo Bernardo (PT), os senadores Fernando Collor (PTB-AL), Gleisi Hoffmann (PT-PR), Humberto Costa (PT-PE), e o presidente-licenciado da Transpetro, Sérgio Machado.

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024