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    Lava Jato

    Lindbergh critica inclusão de seu nome em lista da Operação Lava Jato

    FABIO BRISOLLA
    DO RIO

    19/12/2014 12h14

    O senador Lindbergh Farias (PT-RJ) disse estar indignado por ter sido relacionado em uma lista de 28 políticos citados por Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobras, delator da Operação Lava Jato, que investiga um esquema de corrupção na petroleira estatal.

    Os nomes foram divulgados nesta sexta-feira (19) pelo jornal "Estado de S. Paulo".

    "O Paulo Roberto não me acusa de nada. Me reuni com ele em três ocasiões, em janeiro de 2014, para discutir meu programa de governo na área de petróleo e gás. Nesta última reunião, conversamos sobre campanha e ele disse que ia falar com algumas empresas para ver quem poderia me ajudar (com doações). Eu já tinha falado sobre isso antes. É uma situação totalmente diferente de participar de esquema de corrupção dentro da Petrobras", disse Lindbergh.

    Em 11 de outubro de 2014, a Folha revelou que Paulo Roberto Costa havia trabalhado para Lindbergh na eleição deste ano para o governo do Rio. Uma das incumbências do executivo da Petrobras era pedir doações a empreiteiras em nome do candidato.

    "É uma irresponsabilidade vazar uma delação premiada desta forma. Juntando políticos acusados de corrupção a outros que apenas foram citados em depoimento. É preciso separar o joio do trigo", disse Lindbergh.
    O senador já estava no Rio e decidiu voltar à Brasília nesta sexta para tratar do caso.

    "Vou até a Procuradoria da República para pedir que esta denúncia seja apresentada logo. Não dá para uma lista ficar rodando desta forma. É preciso apresentar logo esta denúncia para colocar um pingo nos 'is'", concluiu Lindbergh.

    Eduardo Naddar - 18.fev.09/Folhapress
    Lindbergh Farias (PT-RJ), que disputou o governo do Rio neste ano
    Lindbergh Farias (PT-RJ), que disputou o governo do Rio neste ano

    LISTA

    Segundo a reportagem do "Estado", a lista de políticos envolvidos no esquema inclui ministros e ex-ministros do governo Dilma Rousseff (PT), deputados, senadores, um governador e ex-governadores. Constam também na relação nomes de parlamentares da base aliada do governo e da oposição. Na lista dos partidos estão PT, PMDB, PSB, PSDB e PP.

    No documento, está o ex-ministro dos governos Lula e Dilma, Antonio Palocci. O petista teria encomendado a Costa, segundo a reportagem, dinheiro para a campanha da presidente, da qual era coordenador. O pedido teria sido de R$ 2 milhões.

    Costa também relatou pagamento de propina ao ex-presidente do PSDB, Sérgio Guerra, para que uma CPI que investigava a Petrobras fosse encerrada, caso revelado pela Folha em outubro. O pagamento, segundo o depoimento ao qual o "Estado" teve acesso, foi de R$ 10 milhões.

    Outros nomes também já haviam sido ligados ao esquema em vazamentos anteriores.

    Em setembro, a revista "Veja" divulgou nomes de 12 políticos que constariam nos depoimentos de Paulo Roberto Costa, dentre eles, Renan Calheiros (PMDB-AL), Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), Roseana Sarney (PMDB-MA) e Eduardo Campos (PSB-PE). A revista mencionava também o tesoureiro nacional do PT, João Vaccari, que não aparece no documento apresentado pelo "Estado".

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