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    Lava Jato

    Envolvimento de políticos leva crise ao Congresso, diz oposição

    GABRIELA GUERREIRO
    MÁRCIO FALCÃO
    DE BRASÍLIA

    19/12/2014 17h00

    A oposição defendeu nesta sexta (19) o aprofundamento das investigações sobre o envolvimento de políticos nos desvios de corrupção da Petrobras e avalia que, agora, a crise fica dentro do Congresso.

    Apesar de um tucano estar na lista dos 28 políticos que teriam sido mencionados pelo ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa, o PSDB afirma que as investigações precisam ocorrer "independentemente da filiação partidária" dos envolvidos.

    Em nota, o partido diz que a apresentação de um relatório paralelo pela oposição na CPI mista da Petrobras reforçou a defesa das investigações ao pedir o indiciamento de 59 pessoas e a abertura de inquérito policial contra outras 36.

    "Várias destas são políticos, tratando os nomes citados da mesma forma, sem distinção de filiação partidária", diz a sigla.

    Líder do PSDB no Senado, Aloysio Nunes Ferreira (SP) disse que "ninguém pode passar panos quentes" nas investigações. "Por enquanto, é o vazamento de uma informação. É preciso conhecer o teor da delação. Se for confirmado, é um caso gravíssimo", disse o tucano.

    O líder do PSDB na Câmara, Antonio Imbassahy (BA), afirmou ser preciso esperar os próximos passos do procurador-geral da Repúblico, Rodrigo Janot, para verificar a validade das acusações. "É preciso aguardar a apresentação dos documentos", comentou o tucano.

    Para o líder do DEM na Câmara, Mendonça Filho (PE), a citação de políticos desgasta a imagem do Congresso e traz a crise para o novo Legislativo, que tomará posse em fevereiro aguardando uma manifestação de Janot.

    "Para o Congresso, [o envolvimento] é uma coisa extremamente negativa. Agora, tudo envolvendo a Petrobras merece ser apurado, mas para a delação ter validade é preciso ter prova", disse.

    Segundo o deputado, o novo Congresso começará sob pressão pela expectativa da confirmação de parlamentares envolvidos no escândalo. Ele disse que isso reforça a necessidade de uma nova CPI para analisar o caso.

    Segundo reportagem do jornal "O Estado de S. Paulo", a lista de políticos envolvidos no esquema inclui ministros e ex-ministros do governo Dilma Rousseff (PT), deputados, senadores, um governador e ex-governadores. Constam também na relação nomes de parlamentares da base aliada do governo e da oposição. Na lista dos partidos estão PT, PMDB, PSB, PSDB e PP.

    No documento, está o ex-ministro dos governos Lula e Dilma, Antonio Palocci. O petista teria encomendado a Costa, segundo a reportagem, dinheiro para a campanha da presidente, da qual era coordenador. O pedido teria sido de R$ 2 milhões.

    Costa também relatou pagamento de propina ao ex-presidente do PSDB, Sérgio Guerra, para que uma CPI que investigava a Petrobras fosse encerrada, caso revelado pela Folha em outubro. O pagamento, segundo o depoimento ao qual o "Estado" teve acesso, foi de R$ 10 milhões.

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