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    Lava Jato

    Cabral diz que sua relação com delator da Petrobras era institucional

    FABIO BRISOLLA
    DO RIO

    19/12/2014 18h43

    O ex-governador Sérgio Cabral (PMDB-RJ) definiu como "institucional" a relação que manteve com Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobras e delator da Operação Lava Jato, que investiga denúncias de corrupção na estatal.

    Cabral faz parte de uma lista com 28 políticos citados nos depoimentos de Costa à Polícia Federal. Os nomes foram divulgados nesta sexta-feira (19) em reportagem do jornal "O Estado de S. Paulo".

    Em nota, o ex-governador do Rio criticou a inclusão de seu nome em documentos da Operação Lava Jato.

    Carlos Magno - 26.fev.2014/Divulgação
    O ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral
    O ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral

    "O ex-governador Sérgio Cabral repudia qualquer menção a seu nome em suposta lista ou fato relatado por Paulo Roberto Costa e reitera que sua relação com o ex-diretor sempre foi institucional –entre o governador do Estado do Rio de Janeiro e um representante da Petrobras. Cabral ressalta ainda que jamais indicou ou interferiu em nomeações do governo federal ou decisões gerenciais da empresa."

    Segundo o "Estado de S.Paulo", entre os políticos citados por Costa estão ainda ministros e ex-ministros do governo Dilma Rousseff (PT), deputados, senadores, um governador e ex-governadores.

    A lista inclui nomes do PT, PMDB, PSB, PSDB e PP. Um deles seria o ex-ministro Antonio Palocci, dos governos Lula e Dilma.

    O petista teria encomendado a Costa, segundo a reportagem, dinheiro para a campanha da presidente, da qual era coordenador. O pedido teria sido de R$ 2 milhões.

    Costa também relatou pagamento de propina ao ex-presidente do PSDB, Sérgio Guerra, para que uma CPI que investigava a Petrobras fosse encerrada, caso revelado pela Folha em outubro.

    O pagamento, segundo o depoimento ao qual o "Estado" teve acesso, foi de R$ 10 milhões.

    Em setembro, a revista "Veja" já havia divulgado nomes de 12 políticos que constariam nos depoimentos de Paulo Roberto Costa, dentre eles, Renan Calheiros (PMDB-AL), Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), Roseana Sarney (PMDB-MA) e Eduardo Campos (PSB-PE).

    A revista mencionava também o tesoureiro nacional do PT, João Vaccari, que não aparece no documento apresentado pelo "Estado".

    A Folha já havia revelado a menção ao nome do candidato do PT ao governo do Rio neste ano, o senador Lindbergh Farias, também citado na lista de 28 nomes.

    Costa havia trabalhado para Lindbergh na eleição estadual. Uma das incumbências do executivo da Petrobras era pedir doações a empreiteiras em nome do candidato.

    Lindbergh disse estar indignado por ter sido associado ao contexto da Operação Lava Jato.

    "O Paulo Roberto não me acusa de nada. Me reuni com ele em três ocasiões, em janeiro de 2014, para discutir meu programa de governo na área de petróleo e gás. Nesta última reunião, conversamos sobre campanha e ele disse que ia falar com algumas empresas para ver quem poderia me ajudar (com doações). Eu já tinha falado sobre isso antes. É uma situação totalmente diferente de participar de esquema de corrupção dentro da Petrobras", disse o senador à Folha.

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