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    Por prisão domiciliar, João Paulo paga R$ 5 mil e pede parcelamento à AGU

    MÁRCIO FALCÃO
    DE BRASÍLIA

    19/12/2014 19h22

    Em mais uma tentativa de conquistar o direito de ir para prisão domiciliar, o ex-deputado João Paulo Cunha (PT-SP) propôs à AGU (Advocacia-Geral da União) o parcelamento do pagamento dos R$ 536 mil que, segundo o STF (Supremo Tribunal Federal), foram desviados quando ele era presidente da Câmara para abastecer o esquema do mensalão.

    Para conceder o benefício, o Supremo condicionou a progressão de regime da pena ao ressarcimento do dinheiro.

    A defesa de Cunha informou ao ministro do STF Luís Roberto Barroso, relator dos processos de execução das penas dos condenados no julgamento do mensalão, que solicitou à AGU o fechamento de um acordo para a quitação do débito. Como demonstração de que pretende pagar a multa, ele realizou um depósito de R$ 5.000.

    Joel Rodrigues - 4.jul.2014/Folhapress
    João Paulo Cunha, condenado do mensalão, sai do centro de progressao penitenciária, para trabalhar
    João Paulo Cunha, condenado do mensalão, sai do centro de progressao penitenciária, para trabalhar

    Os termos do acerto, como o número de parcelas, seriam definidos pelo governo, que avaliará as condições financeiras do ex-deputado.

    Na ação, os advogados argumentam que, se a medida não for cumprida, o Supremo tem as condições de determinar seu retorno para a prisão. A defesa lembra que o próprio Barroso já ponderou que a celebração de um acordo com a União e o pagamento regular das parcelas satisfazem a exigência para a progressão de regime. No caso de João Paulo, o dinheiro cobrado diz respeito ao crime de peculato (desvio de recursos públicos), pelo qual ele foi condenado.

    João Paulo foi condenado a 6 anos e 4 meses de prisão pelos crimes de peculato e corrupção passiva. Atualmente, ele cumpre pena no regime semiaberto, deixando a prisão durante o dia para trabalhar –e voltando para dormir durante a noite.

    O montante a ser pago pelo petista nada tem a ver com multas aplicadas pela Justiça. O ex-deputado, assim como outros políticos condenados, fizeram "vaquinhas" e quitaram estes débitos.

    Por ter trabalhado e estudado no período em que está preso, Cunha descontou dias de sua pena e antecipou o cumprimento de um sexto do total, pré-requisito para o pedido de progressão, segundo Barroso. Somado ao bom comportamento, isso lhe daria direito à prisão domiciliar.

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