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    Filha de Jefferson assume PTB e segue estilo do pai

    BERNARDO MELLO FRANCO
    DE BRASÍLIA

    21/12/2014 02h00

    O PTB elegeu por unanimidade a sua nova presidente nacional. A ungida é Cristiane Brasil, 41, uma vereadora carioca que ainda terá que esperar até fevereiro para assumir o primeiro mandato de deputada em Brasília.

    A escolha soaria estranha se a nova dirigente não fosse filha de Roberto Jefferson, autor da denúncia do mensalão. O ex-deputado está preso em regime semiaberto, mas ainda dá as cartas no partido.

    "Ele não está proibido de falar no telefone. Mas quem teve que fazer o trabalho fui eu", diz Cristiane.

    Faixa preta de caratê, a petebista indica que seguirá o estilo combativo do pai. Na primeira entrevista no cargo, ela acusa o PT de idealizar e comandar o esquema de corrupção na Petrobras.

    "Esse esquema foi criado para financiar o projeto de poder do PT. Eles escolheram a Petrobras para fazer dali o caixa de arrecadação e se perpetuar no poder", diz. "É o maior escândalo de corrupção da história do Brasil. Muito maior do que o mensalão."

    A nova presidente do PTB quer frustrar o plano do Planalto de atrair o partido para a bancada governista no segundo mandato. Ela promete que a sigla será "independente", apesar do convite ao senador Armando Monteiro Neto (PTB-PE) para o Ministério do Desenvolvimento.

    Sérgio Lima/Folhapress
    Filha de Jefferson, Cristiane Brasil é a presidente do PTB
    Filha de Jefferson, Cristiane Brasil é a presidente do PTB

    "Ele é um quadro que orgulha o partido, mas foi uma escolha pessoal da presidente Dilma. O PTB não é base. Teremos independência."

    Entre as bandeiras do Planalto que Cristiane quer combater está o projeto de regulamentação da mídia, defendido por Dilma na campanha presidencial. Escalada pelo pai, ela conduziu as negociações para que a sigla apoiasse o tucano Aécio Neves.

    "Para nós foi ótimo. O PTB foi um dos únicos partidos que aumentaram sua bancada na Câmara. Passamos de 18 para 25 deputados."

    A petebista é só elogios ao pai, a quem descreve como "um fofo". "Sou uma filha apaixonada. Ele é tudo para mim", derrama-se.

    Apesar das juras, ela avisa: não pretende reabrir conflitos com os inimigos de Jefferson em Brasília. "Não quero herdar os ódios que meu pai amealhou ao longo da vida."

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