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    Lava Jato

    Lava Jato não trará instabilidade política, afirma novo ministro

    PAULA SPERB
    DE COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE CAXIAS DO SUL (RS)

    31/12/2014 02h00

    Escalado pela presidente Dilma Rousseff para fazer a articulação com o Congresso, o novo titular da Secretaria de Relações Institucionais, Pepe Vargas, negou riscos de instabilidade política devido às investigações da Operação Lava Jato e disse que o número de deputados envolvidos no esquema de corrupção na Petrobras é minoritário.

    "Se tiver 20 ou 30 [deputados cassados após a Lava Jato], é menos de 10%. Óbvio que não é um número pequeno, é ruim. Mas o Congresso tem todas as condições de expurgar das suas fileiras aquele que tiverem responsabilização", disse Vargas à Folha.

    Ele descartou risco de instabilidade política por causa das denúncias e disse que a única função do Planalto neste processo é dar condições para que a Polícia Federal e o Ministério Público façam as investigações.

    O novo ministro disse ainda que é cedo para apontar um favorito para a presidência da Câmara, que tem três os candidatos na disputa: Arlindo Chinaglia (PT), Júlio Delgado (PSB) e Eduardo Cunha (PMDB), desafeto do Planalto. Vargas afirma que o governo "tem interesse em uma mesa diretora plural", que "tenha sintonia com o governo federal, mantendo a independência dos poderes".

    "Nós temos que conversar, fazer com que os partidos sejam ouvidos e que as opiniões sejam levadas em consideração", diz o novo ministro.

    Uma das principais agendas da Secretaria de Relações Institucionais para 2015, segundo Vargas, é a reforma política, promessa de Dilma durante a campanha eleitoral.

    Mesmo que a reforma tenha que passar pela aprovação do Congresso, Vargas destacou a importância da participação popular na discussão através de mecanismos como plebiscitos ou referendos.

    "A presidente tem defendido isso, e acredito que é a questão mais importante."

    ESCOLHA PESSOAL

    A nomeação de Pepe Vargas para o cargo é uma escolha pessoal de Dilma Rousseff. Ele foi ministro do Desenvolvimento Agrário (2012-2014), cargo que deixou para concorrer à reeleição como deputado federal. Eleito, volta agora ao Executivo.

    Natural de Nova Petrópolis (RS), Vargas é médico, casado, pai de duas filhas. Sua atuação política começou no movimento estudantil. Foi eleito vereador em Caxias do Sul, na Serra Gaúcha, e foi prefeito da cidade em dois mandatos (1996-2004). O petista também já foi deputado estadual.

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