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    Pimentel toma posse em MG e anuncia 'balanço geral' das gestões tucanas

    PAULO PEIXOTO
    DE BELO HORIZONTE

    01/01/2015 14h17

    Ao tomar posse como novo governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT) anunciou que fará um "balanço geral" da situação do Estado para conhecer todos os aspectos econômicos, sociais e fiscais.

    Em uma vitória inédita de seu partido, ele encerrou um ciclo de 12 anos de governos do PSDB.

    A justificativa para o balanço geral é conhecer a realidade encontrada no Estado. Ao longo do período de transição, Pimentel se queixou publicamente das poucas informações recebidas.

    O novo governador diz que somente com o balanço saberá as condições em que assumirá não apenas as finanças do Estado, mas, segundo ele próprio, todos os aspectos "econômicos, sociais, de desenvolvimento humano".

    Um grupo executivo será formado para realizar esse levantamento técnico, cujos resultados serão divulgados pelo governo em 90 dias.

    "Temos que estabelecer metas e parâmetros claros sobre onde estamos e aonde queremos chegar. (...) Não se trata de uma mera auditoria de contas públicas, é algo muito maior e mais importante até. É uma explicitação do ponto de onde estamos partido", disse.

    O petista, contudo, procurou tirar o peso político da investigação das contas das gestões tucanas ao dizer que não "olhará para o passado". "O nosso objetivo não é olhar para o passado e sim definir o ponto de partida para o futuro", disse.

    O novo secretário de Governo de Minas e presidente do PT no Estado, Odair Cunha, reafirmou após a transmissão do cargo que o balanço anunciado não visa perseguir o senador Aécio Neves (PSDB), mas dar respostas à população sobre o uso do dinheiro público.

    Aécio é a maior liderança do tucanato mineiro e principal opositor da presidente Dilma Rousseff, para quem perdeu a disputa presidencial.

    Em seu discurso na sacada do Palácio da Liberdade, porém, Pimentel voltou a criticar o senador tucano, como fazia na campanha eleitoral, mesmo sem citá-lo nominalmente. "Minas Gerais não tem dono, não tem rei, não tem imperador", disse.

    Ele afirmou ainda que o Estado sempre foi governado de dentro dos gabinetes, de forma "antiquada", e que seu maior desafio será abrir o mandato à participação popular.

    "O nosso grande desafio de hoje é mudar a forma de governar, tirar o governo do isolamento. Temos de ouvir os mineiros, temos de governar com todos. Precisamos trazer o governo de Minas Gerais para o século 21, tirá-lo do isolamento, do atraso, e colocar o governo no centro da vida das pessoas", afirmou.

    Pimentel disse ainda que em momentos de crise deve-se praticar a "boa política", e não abandoná-la diante das dificuldades. "A saída para qualquer crise terá que ser sempre através das instituições. Saibam todos que por isso irei privilegiar sempre a boa política."

    ARMAS BAIXAS

    Ao deixar o cargo, o governador Alberto Pinto Coelho (PP) –aliado do PSDB que assumiu o cargo em abril passado, com a renúncia do governador tucano Antonio Anastasia, eleito senador– "conclamou" os governantes que entram e os que saem a baixar as armas políticas.

    "Quero aqui fazer uma conclamação a todos para que, na situação ou na oposição, acima das divergências ideológicas ou das diferentes visões de mundo, tenhamos sempre em vista o nosso compromisso maior com os valores republicanos e democráticos", disse Pinto Coelho.

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