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    Governador do RS promete medidas 'difíceis' e vai congelar pagamentos

    FELIPE BÄCHTOLD
    DE PORTO ALEGRE

    01/01/2015 17h12

    O novo governador do Rio Grande do Sul, José Ivo Sartori (PMDB), tomou posse na tarde desta quinta-feira (1º) em meio a um anúncio de congelamento de gastos e com promessas de "medidas duras" contra a crise nas finanças do governo.

    Sartori vai baixar um decreto que suspenderá por 180 dias o pagamento de "restos a pagar", que são despesas assumidas na gestão anterior, do petista Tarso Genro, mas ainda não sacramentadas.

    Esses gastos se referem a compromissos firmados pelo Estado com fornecedores e empresas privadas. A estimativa é que o total de gastos adiados seja de centenas de milhões de reais.

    Segundo o novo chefe da Casa Civil, Márcio Biolchi, a medida será tomada por meio de decreto e é necessária para garantir o pagamento dos salários dos servidores nos primeiros meses do mandato. Como não existe certeza se há caixa suficiente para quitar todos os compromissos, disse Biolchi, foi necessário priorizar o pagamento do funcionalismo.

    No discurso de posse na Assembleia Legislativa, Sartori não mencionou o decreto já anunciado, mas disse que os primeiros dias serão de iniciativas emergenciais.

    "Serão algumas medidas duras, difíceis, mas inadiáveis e fundamentais", disse. Ele afirmou ainda que vai, sim, cortar despesas, mas "os gastos ruins, supérfluos".

    "Vamos conversar com o povo gaúcho sobre a crise financeira de maneira transparente e tranquila. Temos o dever de informar e a sociedade tem o direito de saber."

    O Rio Grande do Sul é, proporcionalmente, o Estado mais endividado do país. Tarso usou recursos de depósitos judiciais para fechar as contas ao longo do governo e enfrentou deficits nas finanças.

    Em sua fala, o peemedebista fez críticas indiretas ao governo do PT. Disse que gastar mais do que se arrecada é um "pensamento arcaico" e que o endividamento insustentável compromete as próximas gerações.

    Também afirmou que espera contar com a ajuda da presidente Dilma Rousseff para rever o pacto federativo.

    A jornalistas Sartori disse que as medidas não serão "contra ninguém". "A realidade nós conhecemos qual é. E defendemos todo o tempo que era preciso ter atitude. E para isso vamos buscar o apoio da sociedade."

    Tarso, em discurso de despedida no palácio do governo, não comentou as críticas que vêm sendo feitas pelo PMDB e se limitou a afirmar que "não é fácil" exercer o governo.

    PROTESTO

    Na saída do ato na Assembleia, Sartori foi alvo de um protesto de um grupo feminista que critica a extinção da Secretaria Estadual de Políticas para Mulheres. As militantes gritaram "machista" para o governador e simpatizantes do PMDB responderam com um coro de apoio ao eleito.

    No momento em que Tarso deixou o palácio, após a transmissão do cargo, militantes do PT fizeram uma manifestação de apoio dentro do saguão e foram vaiados por peemedebistas.

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