O suplente de deputado por São Paulo Walter Feldman (PSB), que teria direito a permanecer um mês na Câmara devido à renúncia de um colega de coligação, não vai ocupar o mandato.

A decisão foi comunicada à Casa na sexta-feira (2), segundo ele. À Folha Feldman disse neste domingo (4) que entende que o mandato é do partido e que, como trocou de legenda em 2013, não deveria ficar com a vaga agora.

Ele concorreu em 2010 pelo PSDB, mas depois acompanhou a ex-senadora Marina Silva na fundação do partido Rede Sustentabilidade e na ida dela para o PSB. Após a última campanha, ele anunciou que não iria mais ser filiado a legendas.

Dois deputados tucanos eleitos em 2010 deixaram a Câmara Federal para assumir secretarias no governo de São Paulo, o que abriu uma vaga para Feldman na Casa para este mês. Os eleitos em 2014 tomam posse no Congresso só no dia 1º de fevereiro.

"É também muito incômodo assumir por um mês estando em recesso", disse ele.

Reportagem da Folha neste domingo mostrou que ao menos 41 suplentes vão assumir vagas no Congresso durante o recesso parlamentar devido à saída de titulares eleitos nos Estados ou que foram nomeados para cargos nos governos. Essas trocas ainda envolvem os eleitos na eleição de 2010.

Na prática, os deputados com mandato-tampão podem receber salário sem trabalhar.

SEM BENEFÍCIOS

O suplente Péricles Olivier (PP), que assumiu em dezembro a vaga do titular Francisco Dornelles (PP-RJ) no Senado, afirmou neste domingo (4), em nota, que não vai receber salários e verbas indenizatórias que teria direito até o fim de janeiro.

Olivier enviou à reportagem documento com o pedido de renúncia aos subsídios feito ao Senado antes da posse, ainda em dezembro.

Dornelles deixou o cargo no Congresso porque foi eleito vice do governador do Rio, Luiz Fernando Pezão (PMDB).