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    Parlamentares não reeleitos conseguem emprego nos Estados

    DIÓGENES CAMPANHA
    DE SÃO PAULO

    07/01/2015 02h00

    No dia 5 de outubro passado, o deputado federal Domingos Dutra (SD-MA), que buscava a reeleição, teve 40,4 mil votos, metade dos 81,1 mil que havia recebido em 2010, quando ainda estava no PT.

    Mesmo não tendo obtido um novo mandato, ele não precisará deixar Brasília. A convite do governador Flávio Dino (PC do B), assumirá em fevereiro o cargo de secretário de Representação Institucional do Maranhão no DF.

    Tal como Dutra, ao menos outros 11 parlamentares foram derrotados, mas serão titulares de secretarias em 11 Estados: AL, BA, CE, GO, MA, MG, RJ, RR, RS, SE e SP.

    O deputado maranhense diz ter sido inicialmente convidado para a recém-criada Secretaria de Agricultura Familiar do Estado, mas optou pela pasta de representação, com orçamento anual de R$ 320 mil –menos do que ele gastou em sua campanha.

    "Preferi essa secretaria que não tem dinheiro, então não corro o risco de haver malfeito. E, com minha experiência e trânsito de oito anos de mandato, posso ajudar mais e melhor", diz Dutra, que vai ganhar como secretário um salário de R$ 9.700.

    Seu colega Simplício Araújo (SD-MA), que também não se reelegeu, tomou posse na última sexta (2) como secretário da Indústria e Comércio.

    Outro parlamentar derrotado nas urnas que ocupará uma pasta de representação em Brasília é o senador Mozarildo Cavalcanti (PTB), de Roraima. As "embaixadas" estaduais, no entanto, não são o único destino dos novos secretários.

    No Ceará, por exemplo, o deputado estadual Mauro Filho (Pros) assumiu a Fazenda depois de não conseguir se eleger senador.

    Em São Paulo, o Solidariedade indicou o deputado federal João Dado à Secretaria de Emprego e Relações do Trabalho de Geraldo Alckmin. "Precisávamos de mais 14 mil votos para ter feito dois deputados. Aí achamos por bem que o João tivesse uma secretaria", afirma o presidente do Solidariedade, Paulinho da Força, único deputado eleito pela sigla no Estado.

    "Ele tem experiência no sindicato dos agentes fiscais de rendas, vai representar bem nosso partido."

    CONVITE IRRECUSÁVEL

    Ex-ministro dos Direitos Humanos no governo Lula, o deputado Nilmário Miranda (PT-MG) diz que não é por falta de mandato que assumirá a Secretaria Estadual de Direitos e Cidadania.

    Ele ficou como primeiro suplente do PT e poderia substituir um dos quatro federais mineiros que viraram ministros de Dilma Rousseff ou secretários do governador petista Fernando Pimentel.

    Mas optou pela pasta estadual que ainda não existe e será criada por um projeto de reforma administrativa que o governo enviou nesta terça (6) à Assembleia de Minas.

    "Não vejo como uma compensação, pelo contrário. Poderia ser deputado, mas o convite era irrecusável. Será uma secretaria com estrutura grande, que vai abranger todas as áreas de uma forma que não tem em nenhum Estado", afirma Miranda, que só tomará posse em março, depois que sua pasta for finalmente aprovada.

    Editoria de Arte/Folhapress

    Colaboraram JOÃO PEDRO PITOMBO, de Salvador, FELIPE BÄCHTOLD, de Porto Alegre, e FÁBIO BRISOLLA, do Rio

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