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    Lava Jato

    Youssef citou Eduardo Cunha em sua delação premiada

    SEVERINO MOTTA
    GABRIEL MASCARENHAS
    DE BRASÍLIA

    08/01/2015 00h07

    Em delação premiada à Força Tarefa do Ministério Público no Paraná, o doleiro Alberto Youssef citou o líder do PMDB na Câmara, Eduardo Cunha (RJ), como um dos beneficiários do esquema de pagamento de propinas da Operação Lava Jato da Polícia Federal.

    Segundo a Folha apurou, no depoimento ele destaca que valores em espécie foram pagos ao parlamentar, que nega qualquer tipo de acusação. O depoimento de Youssef reforça as informações prestadas pelo policial federal Jayme Alves de Oliveira Filho, o "Careca", preso na sétima fase da operação Lava Jato, que investiga desvio de recursos na Petrobras.

    Em depoimentos recentes à polícia, Careca disse que uma das malas de dinheiro que entregou a pedido do doleiro teria sido feita num endereço ligado a Cunha.

    Procurado pela reportagem, o deputado insinuou que as informações sobre seu envolvimento na Lava Jato estão partido de adversários políticos e negou qualquer tipo de participação no esquema ou que tenha tido contatos com Careca e Youssef.

    "Eu tenho absoluta certeza de que essa informação é falsa. A mesma certeza de que eu tinha em relação à outra informação [relativa ao de Careca], tenho em relação a essa. Não conheço esse senhor [Youssef]. Estou absolutamente tranquilo em relação a isso, de que não há nada. É mais uma iniciativa política para me prejudicar, tenho absoluta convicção. É só olhar de onde estão partindo esses vazamentos, essas informações falsas."

    Cunha sempre negou ter qualquer envolvimento com o esquema apurado pela PF.

    Editoria de Arte/Folhapress

    INQUÉRITOS

    Segundo a Folha apurou, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, deve pedir a abertura de inquéritos e apresentar denúncias contra os envolvidos no esquema que têm foro privilegiado na primeira semana de fevereiro, quando forem reabertos os trabalhos do Supremo.

    Denúncias serão apresentadas contra os que o Ministério Público considera ter provas de participação no esquema. Já os inquéritos serão abertos contra aqueles que têm contra si somente indícios de participação em transações criminosas –Cunha está neste segundo grupo, segundo a Folha apurou.

    A partir do pedido de abertura de inquérito, caberá ao relator da Lava Jato no Supremo, ministro Teori Zavascki, aceitar ou não o início das investigações sobre Cunha e os demais suspeitos que se encaixam nesta situação. É praxe na corte, no entanto, acatar este tipo de demanda.

    A aceitação do inquérito não significa culpa. Somente após as investigações e o processo no STF, os acusados serão inocentados ou condenados por eventuais crimes.

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