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    CGU aponta falhas na gestão de Marta Suplicy no Ministério da Cultura

    JULIANA GRAGNANI
    ENVIADA ESPECIAL A BRASÍLIA
    AGUIRRE TALENTO
    DE BRASÍLIA

    13/01/2015 08h57

    Sérgio Lima - 18.nov.14/Folhapress
    A senadora e ex-ministra Marta Suplicy (PT-SP), em discurso discursa na Tribuna do Senado
    A senadora e ex-ministra Marta Suplicy (PT-SP), em discurso discursa na Tribuna do Senado

    Apesar de ter disparado críticas à primeira gestão de Juca Ferreira no MinC (Ministério da Cultura), a ex-ministra da Cultura Marta Suplicy também teve problemas à frente da pasta: auditoria da CGU (Controladoria-Geral da União) sobre o ano de 2013 apontou falhas nas ações de fiscalização do ministério.

    Até mesmo o convênio criticado por Marta na gestão Juca, entre a Cinemateca e a Sociedade Amigos da Cinemateca, não foi fiscalizado pela gestão da petista.

    Segundo a CGU, uma comissão interna de avaliação, que poderia fazer a análise do convênio, "durante o exercício de 2013 [...] não estava plenamente composta, pois alguns de seus membros não mais possuíam vínculo com o Ministério da Cultura e não houve atuação tempestiva da unidade no sentido de recompô-la", diz o relatório.

    O convênio havia sido suspenso em 2013, mas não houve avaliação da sua execução, segundo a CGU.

    A auditoria da controladoria foi focada na Secretaria de Audiovisual, órgão vinculado ao MinC, durante todo o ano de 2013. Marta assumiu a pasta em setembro de 2012. O relatório da CGU foi publicado em dezembro de 2014.

    Em entrevista ao jornal "O Estado de S. Paulo", a ex-ministra afirmou que enviou à CGU "tudo sobre desmandos e irregularidades da gestão dele [de Juca]".

    Nesta segunda (12), a CGU disse que Marta enviou as informações "em cumprimento às recomendações da CGU", após auditoria de 2011 ter constatado problemas na gestão da Cinemateca.

    No relatório que precedeu a auditoria –ainda em curso–, constatou-se irregularidades como a celebração de parceria sem concurso entre a Cinemateca e a Sociedade Amigos da Cinemateca, a compra de acervo sem licitação e a ausência de notas fiscais e recibos em transações.

    A Cinemateca é subordinada ao ministério e faz a preservação do patrimônio audiovisual brasileiro. A instituição passa por uma transição –deverá ser gerida por uma organização social.

    Procurada, a assessoria de Marta disse que não havia obtido contato com ela nem com o ex-secretário do Audiovisual para comentarem o relatório.

    Editoria de Arte/Folhapress

    AÇÕES DE CONTROLE

    De modo geral, o relatório da CGU sobre o período em que Marta comandava o ministério aponta que as falhas nas ações de controle da Secretaria de Audiovisual impossibilitaram avaliar a eficácia dos projetos apoiados com renúncia fiscal e com transferência de recursos da pasta.

    No caso das renúncias fiscais, por exemplo, "não houve atividade de acompanhamento da execução desses projetos e a fiscalização não se mostrou significativa, uma vez que alcançou 4,69% do total de projetos de audiovisual passíveis de acompanhamento por meio de inspeção 'in loco'", diz o relatório.

    Sobre os convênios e as transferências voluntárias de recursos, "constatou-se que a secretaria não desenvolve acompanhamento da execução das transferências e do monitoramento e controle dos resultados", aponta a CGU.

    Também foi detectado um baixo cumprimento às recomendações feitas anteriormente pelo órgão: 48,75% do total de recomendações não haviam sido implementadas.

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