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    Lava Jato

    Medo de investigação faz PMDB dar apoio tímido a candidatos

    RANIER BRAGON
    GABRIELA GUERREIRO
    MÁRCIO FALCÃO
    DE BRASÍLIA

    15/01/2015 09h40

    Pedro Ladeira - 14.jan.15/Folhapress
    Michel Temer (esq.), Henrique Alves e Moreira Franco (dir.) na reunião do PMDB
    Michel Temer (esq.), Henrique Alves e Moreira Franco (dir.) na reunião do PMDB

    O temor dos desdobramentos da Lava Jato levou a cúpula do PMDB a divulgar nesta quarta-feira (14) um tímido e lacônico apoio aos seus dois postulantes à presidência da Câmara dos Deputados e do Senado, Eduardo Cunha (RJ) e Renan Calheiros (AL).

    Maior aliado do PT na coalizão de apoio a Dilma Rousseff, o PMDB foi citado como um dos beneficiários do esquema de desvio de recursos da Petrobras e acordou nesta quarta-feira (14) surpreso com a ]prisão do ex-diretor da estatal Nestor Cerveró.

    Embora negue em público relação com a indicação de Cerveró ou preocupação com sua prisão, peemedebistas dizem nos bastidores que o ex-diretor transitava no entorno político de Renan Calheiros.

    A preocupação é que ele possa complicar a vida do atual presidente do Senado, que já protagonizou um bate-boca com o colega Delcídio Amaral (PT-MS) sobre a paternidade da indicação do ex-diretor da Petrobras.

    O apoio explícito ao nome de Renan foi, por consequência, o ponto central de divergência da reunião da Executiva do partido nesta quarta.

    Enquanto os aliados de Eduardo Cunha queriam divulgar uma nota explícita de apoio aos dois nomes, os partidários de Renan rejeitaram a ideia. Durante a discussão, o senador José Sarney (PMDB-AP) assumiu a blindagem do presidente do Senado.

    Renan é candidatíssimo a se reeleger ao comando do Senado no dia 1º, mas pretende tornar isso oficial às vésperas da disputa para não atrair holofotes sobre si.

    O PMDB articula um plano B se as investigações atingirem Renan: o lançamento de Eunício Oliveira, derrotado na eleição ao governo do Ceará.

    NOTA

    Sem citar os nomes dos candidatos, a Executiva do PMDB soltou uma nota em que afirma que o partido vai apoiar "o nome já escolhido de forma amplamente democrática pela bancada da Câmara para disputar a presidência da Casa", com postura semelhante em relação à eleição para o Senado.

    Renan e Cunha não participaram do encontro.

    Questionado na saída se a prisão traz desgaste para o PMDB, Michel Temer se limitou a dizer: "zero [desgaste]".

    O ex-ministro Geddel Vieira Lima reforçou: "Não temos absolutamente nada que debater a respeito do sr. Nestor Cerveró e da sua prisão".

    O executivo da Toyo Setal Julio Camargo disse que o lobista Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano e apontado como operador do PMDB na Petrobras, tinha "compromisso de confiança" com Cerveró.

    O ex-diretor de Abastecimento da estatal Paulo Roberto Costa afirmou em depoimento à Polícia Federal que Cerveró tinha uma ligação forte com o PMDB. A legenda nega.

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