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    Conclusão sobre queda de jato é 'prematura', diz irmão de Campos

    DE SÃO PAULO

    16/01/2015 16h59

    O advogado Antônio Campos, 46, irmão do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos, afirmou nesta sexta-feira (16) ser "prematura" qualquer conclusão da investigação da Aeronáutica sobre as causas para a queda do avião que matou o presidenciável do PSB em agosto do ano passado.

    "É prematura a conclusão noticiada, até porque está pendente de conclusão relevantes perícias", afirmou Antônio Campos em nota. De acordo com o advogado, os laudos Aeronáutica e do Cenipa (Centro de Prevenção de Acidentes Aéreos) tratam de possibilidades que podem ter causado o acidente e não são conclusivos.

    Investigação da Aeronáutica concluiu que o acidente foi causado por uma sequência de falhas do piloto da aeronave, Marcos Martins, segundo reportagem do jornal "O Estado de S. Paulo".

    De acordo com o irmão de Campos, algumas perícias "relevantes" ainda não foram concluídas e os laudos da Aeronáutica e do Cenipa "não são conclusivos". "O Cenipa [Centro de Prevenção de Acidentes Aéreos] não está fazendo todas as perícias do caso e não pode ter uma visão global do acidente", disse.

    Na nota, ele diz ainda que só irá se pronunciar sobre o caso após a divulgação oficial da conclusão das investigações feitas pela Aeronáutica e do término dos inquéritos civil e criminal.

    "Após a divulgação oficial das conclusões das investigações da Aeronáutica, bem como a conclusão dos inquéritos civil e criminal em curso, iremos nos pronunciar sobre as causas do acidente"

    "Tive uma audiência com o Procurador da República Thiago Nobre, na cidade de Santos, que prometeu a conclusão, possivelmente, do inquérito policial e civil para fevereiro, pois ainda aguarda a conclusão de perícias", disse.

    Primo de Marcos Martins, o também piloto Carlos Grou disse que a responsabilidade acaba sendo atribuída ao piloto por falta de provas que apontem outras causas. "Quando não são encontradas provas na caixa-preta, a culpa sempre recai sobre o piloto. É muito mais fácil culpá-lo quando não se tem provas."

    Para Grou, as informações contidas no CVR (Cockpit Voice Recorder), que registra as conversas dos pilotos, poderiam explicar as causas do acidente. O aparelho, porém, não gravou os diálogos. "Se não registrou nada, é preciso que expliquem o porquê."

    Em nota, a Aeronáutica disse nesta sexta que a apuração não foi concluída e que não há um prazo. "As investigações que apuram os fatores contribuintes do acidente com a aeronave PR-AFA ainda não foram concluídas pelo Cenipa."

    Em nota, a direção nacional do PSB afirmou que acompanha as investigações sobre o acidente e que só irá se pronunciar após a "divulgação dos laudos oficiais".

    Leia a íntegra da nota de Antônio Campos:

    Com referência a matéria publicada no Jornal "O Estado de S. Paulo", nesta sexta-feira, 16/01/2015, sobre as causas do acidente aéreo que vitimou Eduardo Campos, estando habilitado nos autos como familiar da vítima e advogado, tenho a registrar o seguinte:

    1 - É estranho que se tenha acesso às investigações da Aeronáutica e se divulgue conclusões antes da divulgação pelo órgão competente, inclusive porque tramitam sobre segredo de justiça.

    2 - Os laudos da Aeronáutica e do Cenipa (Centro de Prevenção de Acidentes Aéreos) tratam de possibilidades quanto a causa de acidentes e não são conclusivos, conforme é a técnica de tais laudos, primando eles por recomendações quanto a procedimentos de prevenção de acidentes aéreos. O Cenipa não está fazendo todas as perícias do caso e não pode ter uma visão global do acidente.

    3 - Na data de ontem, 15/01/2015, tive uma audiência com o Procurador da República Thiago Nobre, na cidade de Santos, que prometeu a conclusão, possivelmente, do inquérito policial e civil para fevereiro/2015, pois ainda aguarda a conclusão de perícias e estas poderão ainda não ser definitivas sobre o caso, podendo ter provas complementares. Ele é o Procurador responsável pelo caso, tendo na Polícia Federal o Delegado Rubens Maleiner como a autoridade policial responsável pelo inquérito policial, que ainda não o concluiu.

    4 - Após a divulgação oficial das conclusões das investigações da Aeronáutica, bem como a conclusão dos inquéritos civil e criminal em curso, iremos nos pronunciar sobre as causas do acidente. Até lá, é prematura a conclusão noticiada, até porque está pendente de conclusão relevantes perícias.

    Antônio Campos

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