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    Lava Jato

    Executivos deixam cargos para tentar conseguir liberdade

    AGUIRRE TALENTO
    GABRIEL MASCARENHAS
    RUBENS VALENTE
    DE BRASÍLIA

    18/01/2015 02h00

    Presos durante a Operação Lava Jato, executivos acusados de participarem do esquema de corrupção na Petrobras estão se desligando das empreiteiras na expectativa de convencer a Justiça a autorizá-los a deixar a cadeia.

    Pelo menos três casos recentes indicam uma nova estratégia adotada por advogados que representam ex-integrantes de cúpula das empresas suspeitas de formar um cartel que atuava na estatal.

    Ricardo Pessoa, apontado como o líder do grupo, renunciou à presidência da UTC Engenharia e da UTC Participações no dia 9. Na OAS, José Aldemário Pinheiro Filho, o Léo Pinheiro, e Mateus Coutinho de Sá, abriram mão da presidência e da diretoria financeira, respectivamente, em 1º de dezembro.

    As defesas podem usar o desligamento para argumentar à Justiça que os ex-executivos não têm como interferir nas investigações, tampouco nos negócios das empresas.

    Léo Pinheiro, Mateus Coutinho de Sá e Ricardo Pessoa estão presos preventivamente na Superintendência da Polícia Federal de Curitiba, desde 14 de novembro.

    A possibilidade de continuar cometendo crimes é um dos motivos citados pelo juiz Sergio Moro, responsável pelo processo da Lava Jato na Justiça Federal do Paraná, para a decretação das prisões.

    Zanone Fraissat - 14.nov.2014/Folhapress
    Ricardo pessoa ao se entregar na sede da PF em São Paulo
    Ricardo pessoa ao se entregar na sede da PF em São Paulo

    Os advogados da OAS já entraram com pedido de habeas corpus em favor de Pinheiro e Coutinho no dia 23 de dezembro, no STJ (Superior Tribunal de Justiça).

    Na petição, constam as cartas dos ex-executivos oficializando a saída para os acionistas e diretores do grupo.

    A defesa sustentou que a renúncia merece "ser levada em consideração por esse STJ, até porque afasta toda e qualquer argumentação referente à possibilidade de o paciente atuar, ou seja, de eventual continuidade delitiva".

    O pleito não foi acolhido em decisão provisória. O tribunal, porém, pediu informações a Moro para julgar o mérito da alegação da defesa.

    Na UTC, Ricardo Pessoa continua como acionista. A presidência, porém, foi entregue às mãos do engenheiro Mauro Cruz no último dia 9.

    A defesa de Pessoa não entrou com pedido de habeas corpus desde que ele deixou a operação da companhia.

    Tanto a OAS como a UTC foram citadas pelo doleiro Alberto Youssef e por Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobras como integrantes do cartel.

    Segundo as investigações, Pessoa liderava o chamado "clube", como os executivos se referiam ao cartel, que teria pelo menos 16 empresas.

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