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    Governador da BA rompe com PDT e demite secretária com 20 dias no cargo

    JOÃO PEDRO PITOMBO
    DE SALVADOR

    21/01/2015 19h18

    O governador da Bahia, Rui Costa (PT), vai demitir a secretária de Agricultura da Bahia, Fernanda Mendonça, que tomou posse no cargo há apenas 20 dias.

    A exoneração é resultado do rompimento do governador com o PDT, partido que participou de sua coligação nas eleições e que indicou Fernanda para o cargo.

    A secretária demitida é prima do deputado federal Félix Mendonça, presidente do PDT da Bahia.

    Assim que tomou posse, o governador Rui Costa exigiu que o partido fosse um "aliado exclusivo" de seu governo e desembarcasse da base do prefeito de Salvador ACM Neto (DEM) –potencial adversário de Costa nas eleições estaduais de 2018.

    Carol Garcia/GOVBA
    Fernanda Mendonça, secretária de Agricultura da BA, será exonerada após rompimento com PDT
    Fernanda Mendonça, secretária de Agricultura da BA, será exonerada após rompimento com PDT

    O PDT assumiu a Secretaria do Trabalho de Salvador no início do ano, oficializando a adesão à base aliada do prefeito.

    Foi indicada para o cargo a ex-vereadora Andréia Mendonça, irmã do deputado Félix Mendonça e ex-secretária estadual na gestão Jaques Wagner (PT).

    Após as cobranças públicas de Rui Costa, o partido emitiu uma nota nesta terça-feira (20) informando que permaneceria apoiando o governador, mas manteria a indicação da secretária para a prefeitura.

    "Infelizmente, o PDT entendeu que poderia agradar os dois lados. Não aceitamos porque queremos aliados exclusivos, já que temos um embate claro com o prefeito ACM Neto", disse Josias Gomes, secretário de Relações Institucionais.

    Para o deputado Félix Mendonça, o PDT ajudou a eleger Costa e merecia participar da sua base aliada.

    "Fomos aliados exclusivos na eleição. Mais do que isso, só se registrássemos a aliança no cartório", criticou Mendonça, alegando que não poderia deixar o PDT "virar um satélite do PT".

    Mesmo com o rompimento, os cinco deputados estaduais do partido anunciaram que continuam na base do governador –ao todo, a Assembleia tem 63 deputados. Caberá a eles indicar um novo nome para a Secretaria de Agricultura.

    O secretário de Ciência e Tecnologia, Manoel Mendonça (outro primo do deputado Félix), não deverá ser demitido pois é tido como uma indicação não do partido, mas da "comunidade científica" da Bahia.

    ACIRRAMENTO

    O rompimento do governador com o PDT marca o acirramento da disputa entre PT e DEM na Bahia.

    Nas duas primeiras semanas do ano, Rui Costa e ACM Neto se mobilizaram para atrair novos partidos para suas respectivas coalizões, antecipando as discussões sobre as próximas eleições na Bahia.

    O prefeito criou três novas secretarias e abriu espaço no primeiro escalão para novos aliados.

    Já o governador conseguiu atrair para sua base o PTN, fiel aliado do DEM que rompeu com o prefeito ACM Neto.

    O rompimento do governo com o PDT também marca uma diferença de estilo do novo gestor baiano em relação ao ex-governador e atual ministro da Defesa, Jaques Wagner.

    Conhecido por seu perfil conciliador, Wagner manteve em seu governo partidos como PRB e PSC, que ocupavam cargos de segundo escalão na gestão de ACM Neto.

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