• Poder

    Saturday, 18-May-2024 23:38:32 -03

    Ministros de Dilma erraram na relação com o Congresso, diz Arlindo Chinaglia

    DE BRASÍLIA

    25/01/2015 02h00

    Ele presidiu a Câmara em 2007 e 2008 após uma apertada eleição em que venceu pela diferença de apenas 18 votos. Agora, Arlindo Chinaglia (PT-SP), 65, quer voltar ao posto com um discurso de independência, o que inclui críticas à antiga articulação política do governo Dilma Rousseff. "Acho que houve erros da equipe ministerial na relação com o Congresso", afirma.

    *

    Folha - É legítimo ministros pedirem votos para o sr. ao mesmo tempo em que tratam de cargos no governo com os partidos?
    Arlindo Chinaglia - Isso tem sido falado, mas até hoje não me apresentaram nenhum fato concreto. Eu posso dizer que eu é que me ressinto: tem coordenador da campanha de Eduardo Cunha sob governo estadual do PT cujo pai foi nomeado para um cargo importante [ele não quis dizer nomes].

    Alan Marques/Folhapress
    Arlindo Chinaglia, candidato do PT à presidência da Câmara
    Arlindo Chinaglia, candidato do PT à presidência da Câmara

    Como o senhor avalia a relação do governo Dilma com o Congresso?
    No mandato passado, durante um período eu fui líder do governo. Eu acho que houve erros da equipe ministerial na relação com o Congresso. E não tem nada a ver com ela.

    Um exemplo: você tinha uma medida provisória que trata de um tema maior da economia. Um relator experiente negocia dentro do governo e acrescenta naquela MP interesses de setores do governo. Aí ele busca cada bancada para atender eventuais pleitos.

    Alguém que achava que conseguiria negociar sozinho [ele se refere possivelmente a um ministro] dizia sim para três reivindicações do relator e falava 30 nãos. E chega no plenário eu tendo que resolver 30 nãos. É impossível. Então, o modelo, tenho certeza que neste mandato vai ser alterado profundamente.

    O senhor defende abertura de uma nova CPI para investigar a Petrobras?
    Não podemos deixar a Câmara submergida por eventuais julgamentos de deputados. Mas o Conselho de Ética vai fazer o seu trabalho.

    Sobre CPI, eu não sei o que a operação Lava Jato descobriu na sua totalidade. A PF e o Ministério Público vêm agindo e pelo que até o momento foi noticiado fizeram um trabalho de fôlego. CPI precisa de um fato determinado.

    Eu acho estranho propor uma CPI se nós nem sabemos o que vem de lá. Mas se cumprir com o fato determinado e tiver as assinaturas conferidas, instala-se a CPI.

    [an error occurred while processing this directive]

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024