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    Oposição articula bloco à eleição de Cunha à presidência da Câmara

    DANIELA LIMA
    MARINA DIAS
    DE SÃO PAULO

    27/01/2015 02h00

    Na reta final da disputa pela presidência da Câmara, os partidos que sustentam o nome de Júlio Delgado (PSB-MG) para o comando da Casa articulam um desembarque em bloco da candidatura pessebista em favor da eleição de Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

    O peemedebista é o favorito para o posto, mas corre o risco de enfrentar uma eleição de dois turnos se Delgado permanecer na disputa. Caso o movimento da oposição se concretize, crescem as chances de Cunha liquidar a fatura em um turno só e alijar o PT dos principais cargos da Câmara dos Deputados.

    O argumento para o desembarque da candidatura de Delgado é pragmático. Integrantes do PSDB, PPS e do próprio PSB ouvidos pela Folha dizem que insistir em uma terceira via sem chance real de vitória é "relegar a oposição ao nanismo em todos os postos da Casa".

    "Como vamos atuar e defender nossa agenda se estivermos fora de todas as comissões importantes?", questiona um tucano de São Paulo.

    A ocupação de cargos e comissões na Câmara é definida de acordo com o tamanho dos blocos que se agrupam antes da eleição do presidente da Casa. Hoje, o grupo de partidos que apoia Cunha é o maior. O petista Arlindo Chinaglia (SP), que polariza a disputa com o peemedebista, vem logo atrás, seguido pelo grupo de Delgado.

    Na definição do comando das comissões, portanto, o grupo de Cunha, com o PMDB à frente, teria prioridade. Depois, seria a vez do bloco comandado pelo PT de Chinaglia e, só então, viriam as indicações da oposição.

    "Não tem comissão para todos. No nosso caso, PPS e PV, que são as menores bancadas, teriam que dividir uma comissão entre eles", destacou um pessebista.

    Cunha se reuniu nesta segunda (26), em São Paulo, com a bancada do PSDB no Estado –e, segundo um interlocutor, sinalizou que, se houver acordo, os tucanos podem ficar com a vice-presidência da Câmara. Teria dito ainda que colocaria PPS e PV em uma comissão cada.

    Se levar a oposição, Cunha terá deputados suficientes para relegar cargos menos relevantes da Casa ao PT.

    'FATOR AÉCIO'

    Delgado, que já vinha reclamando de dissidências, sabe que um acordo entre Cunha e o PPS ou o PV seria suficiente para uma debandada em sua chapa, o que pode levá-lo a abandonar a disputa.

    Nesse cenário, tem "amarrado" os tucanos (maior partido de sua base) com a tese de que o senador Aécio Neves, presidente do PSDB, é "o fiador" de sua candidatura.

    Nesta segunda, Delgado se reuniu em Brasília com os principais nomes do PSB.

    "Não há qualquer movimento de desembarque", disse Beto Albuquerque, vice-presidente do PSB. "O governador Paulo Câmara (PE) falou com Aécio por telefone e ele garantiu 85% dos votos no PSDB para o Júlio."

    Dois tucanos foram escalados para discutir o assunto com Aécio. Os deputados de São Paulo também fecharam apoio a Carlos Sampaio (PSDB-SP) para líder da bancada.

    Editoria de Arte/Folhapress
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